Parlamentares se dizem perplexos

Publicação: 25/03/2020 03:00

Parlamentares reagiram com perplexidade e irritação ao pronunciamento do presidente. Poucos foram os congressistas que saíram em defesa do presidente. No Senado, a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), Simone Tebet (MDB-MS), se mostrou perplexa após o pronunciamento. “Adianta comentar?”, respondeu à reportagem quando procurada. Já o líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que Bolsonaro superou “todos os limites da irresponsabilidade”.

“[Ele] Ataca todo mundo, questiona o isolamento social, vem com uma tese maluca de que a Itália tem um clima mais frio. Vai passar para a história como a primeira vez em que um chefe de Estado usou a cadeia de rádio e TV para espalhar mentiras, mentiras que podem levar as pessoas à morte”, criticou.

Na Câmara, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) se disse frustrado com a reação do presidente. “Quando mais precisamos de um líder que una o país, mais ouvimos um presidente que luta contra inimigos imaginários. O povo preocupado em salvar as pessoas e o presidente preocupado em acirrar disputas políticas”, afirmou.

Na visão de outros parlamentares, Bolsonaro foi irresponsável e inconsequente. “O presidente dobrou a aposta do discurso lunático e colocou em xeque as políticas de isolamento defendidas pelo seu próprio ministro da Saúde”, afirmou o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP). “Em vez de propor soluções, preferiu atacar a imprensa, os governadores e fazer piada em rede nacional. Tragédia anunciada.”

O presidente, porém, encontrou algumas vozes de apoio no Legislativo. O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), saiu em defesa de Bolsonaro. “[É] A fala de quem está trabalhando muito, dormindo pouco e atento aos movimentos políticos que infelizmente alguns setores ainda insistem em fazer num momento de calamidade como esse. As ações responderão por si”, afirmou o senador.

Já o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), qualificou de excelente o pronunciamento. “A sua visão de estadista e a sua coragem em ir na contramão da histeria coletiva, vão salvar as vidas”, afirmou. (Da Folhapress)