Candidatos evitam "problema" chamado MEC Bolsonaro diz que aqueles que vêm sendo convidados, "quando veem o problema de perto", desistem

Publicação: 09/07/2020 03:00

O presidente Jair Bolsonaro disse que enfrenta dificuldades na escolha do novo ministro pelo fato de os candidatos recusarem o convite ao ver a situação do Ministério da Educação (MEC). Conforme disse, “tem excelentes currículos, mas quando veem o problema de perto, (que) a gente mostra para eles, uns declinam e outros pedem mais tempo para pensar. Eu gostaria de decidir hoje (terça-feira)”, disse, logo depois do anúncio que estava com a Covid-19.

Segundo Bolsonaro, dos nomes em análise, existe um que se destaca e que, segundo ele, é de São Paulo. “Não posso falar, porque o mundo cai na cabeça desse favorito. Todo mundo vai para cima dele até no que ele fez quando tinha cinco anos de idade”, justificou. O presidente disse que teria mais um contato com este candidato. Mas, caso não dê certo, o deputado major Vitor Hugo (PSL-GO), que passou a ser cotado na última segunda-feira, seria a opção para o momento. Bolsonaro ressaltou ter muita confiança no parlamentar, que é líder do governo na Câmara e, como afirmou, tem muita capacidade de organização, apesar de não ser da área.

“Em poucos dias, estudou o MEC e apontou os problemas. Seria uma pessoa excepcional, mas vão cair em cima porque ele é major do Exército e o pessoal acha que tem militar demais no governo”, salientou. Entre pessoas próximas do presidente, o incômodo é justamente porque mais um militar daria mais margem a críticas.

“Não está dando certo”

O presidente voltou a criticar a educação no país, depois de ter dito que o sistema brasileiro estava “horrível”. “Muitas pessoas querem ser ministro para colaborar com o futuro do Brasil, mas quando vê o tamanho do problema, a gente em comum acordo diz que fica difícil trabalhar dessa maneira. Ninguém quer chegar lá dando murro em ponta de faca, mas a realidade que nós devemos ter em nossas cabeças sobre a questão da educação é que não está dando certo”, observou.

O MEC segue sendo gerido interinamente pelo secretário-executivo Antonio Paulo Vogel.  (Correio Braziliense)