Convenção virtual é positiva se feita com inclusão

Publicação: 01/08/2020 03:00

Os partidos que estão se adequando internamente para as convenções virtuais estão saindo na frente. É o que acha Rosário de Pompéia, diretora de operações da Le Fil, consultoria especializada em marketing digital. “A política não poderia ser omissa a essa pandemia. Vejo de forma positiva a digitalização desse processo. A Covid-19 afetou todo mundo e fez acelerar a transformação digital”, afirmou a especialista.

Contudo, Rosário alerta para alguns cuidados que as legendas precisam tomar no processo novo. “O partido que olhar isso de uma forma mais séria vai sair na frente. É preciso garantir a segurança dos dados. Estamos falando de uma época onde se comenta uma Lei Geral de Proteção de Dados, então os partidos já devem estar antenados quanto a isso, onde armazenar esses dados, qual a segurança que isso vai ter”, avalia.

A especialista afirma que a transparência do processo é outro ponto a ser observado pelas siglas. “É preciso saber se a reunião virtual vai ser gravada, onde isso será armazenado. Se vai ser feito pelo Meet, pelo Zoom. Tem que ter todo um aparato de provas jurídicas para que, com qualquer problema, o partido possa estar fundamentado. Não é porque está online que precisa ser instantâneo”, disse.

“Também é preciso orientação e treinamento. Nem todo mundo tem acesso. Não estamos falando de um país altamente conectado, nem de uma cidade que tenha internet para todo mundo. Isso é importante. É um desafio que isso seja feito de forma democrática. Além disso, tem uma parcela que mesmo incluída digitalmente, tendo o acesso, não sabe como usar. É preciso que haja um treinamento, uma capacitação, para colocar essas pessoas dentro dessa arena pública”, continua Rosário. “Sobre as atas, os departamentos jurídicos terão que ver como se dará esse processo”, conclui.