Armando sobre PT e PSB: "Relação esquizofrênica" Ex-senador criticou possível retomada da aliança entre os dois partidos e citou o impeachment de Dilma Rousseff como exemplo das idas e vindas

Publicação: 20/04/2021 03:00

O ex-senador Armando Monteiro criticou, ontem, um possível retorno da aliança entre o PT e PSB. Para ele, os dois partidos vivem uma “relação esquizofrênica”. Armando avaliou os últimos acontecimentos do cenário político entre os partidos. “De quatro em quatro anos eles se aproximam, depois se distanciam, depois brigam. É impressionante essa relação PT e PSB”, disse o ex-senador, que ainda lembrou o impeachment da ex-presidente Dilma, apoiado, na época, pelo PSB. “O PSB lutou pelo impeachment de Dilma”. As declarações do ministro foram dadas na manhã de ontem, na Rádio Clube AM 720, durante o programa Manhã na Clube, comandado pelo titular da coluna Diario Político, Rhaldney Santos, em transmissão realizada no canal do YouTube do Diario de Pernambuco.

Armando também falou sobre as eleições para a Prefeitura do Recife que, segundo ele, houve um discurso duro entre os partidos. “Agora, evidentemente, parece que estão novamente querendo se juntar. Eu não sei no que isso vai dar, mas seguramente é algo que a opinião pública assiste com uma certa estranheza”, pontuou.

Armando Monteiro conversou sobre o cenário político para as eleições ao governo do estado e declarou que alguns nomes do campo de oposição se movimentam, porém o momento atual tem “outras frentes”. Ele afirmou que todos têm revelado uma boa disposição partidária para o diálogo. Armando falou sobre alguns nomes, que segundo ele, “têm potencial para se tornar candidato” para as eleições do governo do estado em 2022, entre eles a deputada Raquel Lyra (PSDB). Para ele, ela “tem credenciais para as eleições”, comentou o senador, concluindo que Caruaru sempre tem uma grande importância na geopolítica de Pernambuco.

Para ele, o DEM também “é uma equação importantíssima para Pernambuco e para o Brasil” disse. “Em Pernambuco, nós temos muita sintonia com o DEM”, comentou, dando destaque à deputada Priscila Krause e ao ex-ministro Mendonça Filho para futuros nomes ao governo do estado. “Quero fazer um registro do reconhecimento que tenho ao DEM como uma força política e expressiva em Pernambuco e no Brasil”.

Ainda durante a entrevista, o ministro falou sobre a situação nacional e diz acreditar em um novo nome para a Presidência da República. “Eu tenho respeito pelo presidente Lula, pela sua trajetória. Ele foi um presidente que deixou legado de realizações importantes para o país. O Nordeste sabe que o presidente Lula teve um olhar pela região. Mas do mesmo modo que eu faço este reconhecimento, eu entendo que Lula já teve oportunidade de servir o país”, frisou, concluindo acreditar que é hora de buscar um novo caminho. “O Brasil não pode ficar aprisionado no tempo pelas mesmas opções. Bolsonaro é uma negação de todos os valores que eu sempre defendi ao longo da minha vida pública (...) O Brasil precisa reconstruir as bases do processo de crescimento”, pontuou.

O ex-senador citou alguns possíveis nomes para esta terceira via. Como o do governador de São Paulo, João Dória (PSDB), do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) e do apresentador Luciano Huck. “Precisamos verificar quais desses nomes vão reunir melhores condições para se apresentar ao eleitor. É preciso que esse nome tenha apelo”, destacou.