RJ e SP no radar de Bolsonaro para 2022 Presidente declarou ontem que gostaria de ir para um partido tendo o direito de escolher os candidatos a governador nos dois estados: "A gente vai ser feliz"

Publicação: 03/08/2021 03:00

O presidente Jair Bolsonaro disse, ontem, que gostaria de concorrer à reeleição em 2022 por um partido que o permitisse escolher candidatos aos governos do Rio e de São Paulo e a oito vagas no Senado. “Se chegar num acordo nesse sentido e for bom para a outra parte, a gente faz um casamento. E tenha certeza que a gente vai ser feliz por um bom tempo”, afirmou, durante entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS).

O presidente reafirmou estar em negociações com o Partido Progressistas (PP), presidido pelo novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Uma eventual ida de Bolsonaro para a sigla representaria mais um passo na aproximação com o Centrão, que assume cada vez mais o controle do governo.

Bolsonaro afirmou que pretende definir seu novo partido até março do próximo ano, quando ainda poderia escolher nomes para o Legislativo tentar garantir uma base de apoio no Congresso a um eventual segundo mandato. “A definição tem que vir no máximo em março. Se eu pensar em disputar uma eleição, tem que fazer uma bancada”, reforçou.

O mandatário havia dito anteriormente que escolheria seu novo partido até março deste ano, após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado. Porém, algumas exigências que tem feito dificultaram as conversas com várias legendas. O presidente exige, por exemplo, ter o controle total da máquina partidária, o que nenhum chefe de sigla concordou.

Centrão
Bolsonaro defendeu novamente sua aliança com o bloco de partidos conhecido como Centrão. O chefe do Executivo voltou a declarar que ‘sempre foi centrão’ e que tem ‘se dado bem’ com os políticos do grupo.

“É fácil, de forma pejorativa, acusar o Centrão. Outra, eu sempre fui do Centrão. Eu sempre fui do PP. Raramente eu estive fora de um partido que estava fora dessa sigla. Agora, não podemos simples achar, “ah, o Centrão está fora simplesmente do destino do Brasil". É o que eu tenho para governar. E tenho me dado muito bem com essas pessoas”, disse.

Reforma
Antes da reforma ministerial, com a nomeação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil, o atual presidente da República foi um grande crítico do bloco. Em 2018, durante campanha eleitoral, ele afirmou que nunca se misturaria com o “centrão”. Bolsonaro também costumava dizer que o erro dos governos petistas era ter entregado ministérios para o centro.

No entanto, em meio a novas articulações políticas, o chefe do Executivo muda de discurso. “Pessoal fala "Centrão"...Olha, senta na minha cadeira aqui e governe sem o voto de mais da metade dos parlamentares que são aí (do) dito Centrão. Vem aqui e governe sem eles. Aprove PEC, aprove projetos de lei”, afirmou. (Correio Braziliense)