Bolsonaro vai falar de vacina e meio ambiente O discurso do presidente brasileiro na abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, deve mostrar as ações do seu governo no combate a pandemia

Publicação: 21/09/2021 03:00

Ironia à parte, o presidente Jair Bolsonaro, ao contrário de ter afirmado ontem que seu discurso na Assembleia-Geral da ONU seria “em braile”, deve recorrer a argumentos que sejam como um resumo dos seus 1.000 dias de gestão, marca a ser alcançada no final deste mês.
 
Caso siga à risca o discurso elaborado pelo Itamaraty, o presidente destacará medidas econômicas para conter a recessão e ações voltadas ao meio ambiente, por exemplo. O temor entre os diplomatas é que Bolsonaro opte por improvisos.
 
De acordo com a BBC Brasil, Bolsonaro pretende mostrar como seu governo avançou com a vacinação no país e conteve a pandemia. Neste sentido, ele deve afirmar que injetou bilhões de reais via o pagamento de um auxílio emergencial que beneficiou quase um terço da população e impediu uma recessão mais aguda em 2020.
 
Outra linha do discurso presidencial, segundo diplomatas, é mostrar que, ao invés de contribuir para a destruição do meio ambiente, o governo agiu em diferentes frentes, a exemplo do combate a incêndios. Ao mesmo tempo, o presidente deve acenar para sua base eleitoral, fazendo referência ao marco temporal, em votação no Supremo Tribunal Federal e que mexe com a demarcação das terras indígenas.
 
Na véspera de abrir a assembleia, o presidente se reuniu ontem com o premiê britânico Boris Johnson, em Nova York. No encontro, Johnson contou que tomou as duas doses do imunizante de Oxford contra a Covid-19. Em seguida, se vira para Bolsonaro, que reage afirmando que ainda não se vacinou.

PROVOCAÇÃO

O presidente disse que o seu discurso seria “em braile”, em referência ao sistema de escrita e impressão destinado a pessoas com deficiência visual, a jornalista que o esperava na saída do restaurante do hotel em que a comitiva brasileira está hospedada em Nova York. A fala do chefe do Executivo é vista como uma provocação em alusão aqueles que ‘não querem ver a verdade’. (Com agências)