"Sou candidatíssimo", garante Humberto Costa Senador oficializa intenção de disputar o governo do estado em 2022, mas deixa claro que isso só ocorrerá se não houver uma aliança nacional com o PSB

Lara Tôrres
politica@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 30/11/2021 03:00

Em entrevista concedida ontem ao titular da coluna Diario Político, Rhaldney Santos, na Rádio Clube AM, o senador Humberto Costa (PT-PE) comentou a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores caminhar junto ao PSB na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. Segundo ele, a união estadual depende de uma aliança nacional com o objetivo comum de buscar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2022. “Se o cenário nacional der certo, vamos encontrar um caminho. Se o cenário nacional não der certo, eu sou candidatíssimo ao governo do estado e vamos buscar outras forças políticas para nos apoiar”, afirmou Humberto.
 
Na hipótese de ser firmada uma aliança entre as siglas em Pernambuco, Humberto ainda destaca haver outros pontos a serem discutidos, como quais seriam os nomes possíveis, e aponta para a necessidade de participação de ambos os partidos na escolha, mesmo que a decisão final do candidato ao governo ficasse a cargo do PSB.
 
“Podemos apoiar o PSB, mas queremos discutir quem vai ser o candidato, qual a proposta, os nomes dispostos a ir e, porque não, o PT também apresentar um nome para a Frente discutir. Na minha visão ninguém pode querer impor nada a ninguém, nem nós impormos nada à Frente Popular, nem ninguém dizer ‘o PT tá fora, porque tem Lula que é presidente da República, então não tem mais o que reivindicar aqui’. Precisamos começar essa discussão”, cravou o senador.

Alckmin e Lula

Questionado sobre como enxerga os recentes rumores que apontam para a possibilidade de uma união política entre Lula e Geraldo Alckmin, que pode migrar do PSDB para o PSB, o senador petista alegou que vê “com muito bons olhos essa possibilidade”.
 
“Alckmin tem uma presença importante no eleitorado de centro, mais conservador. Uma pessoa que nesse período mais recente sofreu muito no PSDB, nas disputas internas. Que tem um diálogo num setor que o PT dialoga em escala menor. Poderia nos ajudar a influenciar o eleitorado de centro e com a experiência de ter sido quatro vezes governador do estado de São Paulo, poderia ser de grande ajuda no governo. Vejo com simpatia. Não sei se vai ser viável, mas vejo com simpatia”.

E Marília?

Humberto Costa, no entanto, não é a única pessoa no PT de Pernambuco que deseja se candidatar ao governo caso a aliança com o PSB não se concretize. A deputada federal Marília Arraes (PT-PE), que enfrentou uma disputa pela Prefeitura do Recife acirrada até o segundo turno e perdeu por uma margem pequena contra João Campos (PSB), também já se colocou à disposição do partido para concorrer ao comando do Palácio do Campo das Princesas.
 
“Se for para ser uma puxadora de votos como candidata a deputada federal, está à disposição. Se for para ser candidata a governadora com o (ex) presidente Lula, a Frente e tudo, está à disposição. Só quem pode responder por Marília é ela própria, mas o que tenho ouvido no PT é que ela está muito comprometida com o projeto do PT de eleger Lula como presidente da República”, afirmou o deputado Carlos Veras.