Sergio Moro busca apoio dos evangélicos O pré-candidato à Presidência da República, do Podemos, tenta reverter os números favoráveis a Lula e a Jair Bolsonaro neste segmento religioso

Publicação: 14/01/2022 03:00

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) está investindo junto aos evangélicos em busca de apoio para sua pré-candidatura à presidência da República. Este segmento religioso, que votou maciçamente em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018, se encontra dividida entre o atual chefe do Executivo nacional e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
Em pesquisa do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgado em meados de dezembro do ano passado, 34% do grupo religioso disse ter intenção de votar no petista nas eleições de outubro deste ano, enquanto 33% afirmaram que optarão por Bolsonaro. O ex-ministro e ex-juiz federal, conhecido pela atuação na Operação Lava-Jato, apareceu apenas com 7% da preferência.
 
Para tentar reverter a situação, Moro tem promovido encontros com representantes desse eleitorado. O principal interlocutor do ex-juiz é Uziel Santana, fundador e ex-presidente da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (Anajure). Ele tem ajudado na coordenação da pré-campanha e apresentado o político do Podemos como um “conservador moderado e democrático”.
 
Em dezembro, Moro se reuniu com o pastor R.R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus e cunhado do bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. No dia 7 de janeiro, o ex-magistrado dedicou parte de sua agenda na Paraíba ao pastor Estevam Fernandes. “Ouvir e aprender com pessoas de princípios e valores é essencial neste projeto de construir um Brasil mais justo”, escreveu Moro, no Twitter. Ao todo, ele já se reuniu com cerca de 40 líderes evangélicos.
 
Assessores próximos a Moro afirmam que o ex-juiz, ao sentar com os líderes evangélicos, se mostra com um defensor de um país com justiça social, sem radicalismo e um “conservador moderado”. Ele também afirma que, se eleito, o seu governo será pautado em princípios e valores, o que coincide com a chamada pauta de costumes. Esta envolve temas como o aborto e o combate e descriminalização das drogas. (Da Redação com o Correio Braziliense)