Bolsonaro: "Armas para preservar a democracia"

Deborah Hana Cardoso
do Correio Braziliense

Publicação: 18/05/2022 03:00

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou ontem da cerimônia de inauguração da duplicação de trecho da BR-101/SE e Conclusão dos Acessos à Ponte sobre o Rio São Francisco. O evento aconteceu em Propriá,  em Sergipe. Bolsonaro voltou a citar a defesa do armamento para o “cidadão de bem” na cerimônia de inauguração. O comentário está em linha com a declaração do presidente na segunda-feira passada, quando ele disse que o país estaria próximo de viver “outra crise”, caso as eleições não sejam auditadas.
 
Bolsonaro mantém o discurso da pauta de costumes, mas também contra o sistema eleitoral brasileiro, o que vem gerando desgaste com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ele, hoje, o armamento seria usado para preservar a democracia, independentemente dos “meios que porventura um dia tenhamos que usar”.
 
“Nós defendemos o armamento para o cidadão de bem, porque entendemos que a arma de fogo, além de uma segurança pessoal para as famílias, também é a segurança para a nossa soberania nacional e a garantia de que a nossa democracia será preservada, não interessa os meios que porventura um dia tenhamos que usar. A nossa democracia e a nossa liberdade são inegociáveis.”
 
Suspeição e CACs

Durante o ato pela “Liberdade de Expressão” promovido pela bancada evangélica, no Palácio do Planalto, promovido no final de abril, Bolsonaro citou uma possível suspeição do pleito se tiver algo “anormal”. Ele estendeu o comentário para o Senado e Câmara. Entretanto, nesta semana, a empresários, o chefe do Executivo destacou as chances de eleições conturbadas, mas disse que não quer a “suspeição” sobre o resultado eleitoral.
 
No Senado Federal está em discussão o projeto de lei (PL) 3.723/2019, que muda as regras para registro e porte de armas de fogo e regula a atividade de colecionadores, atiradores esportivos e caçadores (CACs). O relator é o senador Marcos do Val (Podemos-ES). O projeto já foi usado como manobra na Casa para travar a tramitação de igual complexidade, a da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Reforma Tributária, que foi colocada no mesmo dia de votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), causando o cancelamento da sessão.