Mendonça acredita em composição na oposição Ex-ministro vê candidatura de Danilo Cabral como "debilitada" e torce por união dos outros nomes, embora reconheça a dificuldade desse movimento

Elizabeth Souza
politica@diariodepernabuco.com.br

Publicação: 27/05/2022 03:00

De acordo com o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (UB), as eleições para governador em Pernambuco caminham para um cenário inédito. Segundo ele, é a primeira vez que o estado possui cinco pré-candidaturas com potencial para encarar um 2º turno, disse durante entrevista ao programa Manhã na Clube, da Rádio Clube AM, ontem. O correligionário do pré-candidato Miguel Coelho (União Brasil) também não descartou a possibilidade de uma formação de chapa entre os oposicionistas ainda no primeiro turno, o que pode pavimentar caminhos para uma aliança entre Miguel e a ex-prefeita Raquel Lyra (PSDB). Afastando-se das disputas majoritárias, Mendonça também confirmou seu nome na disputa por uma vaga na Câmara Federal.
 
Apesar das convenções partidárias estarem agendadas para julho e agosto, quando serão oficializadas as candidaturas pelas legendas, Pernambuco já apresenta um cenário acirrado entre as pré-candidaturas apresentadas para a disputa pelo governo do estado. Protagonizam a disputa Miguel Coelho, Raquel Lyra, Marília Arraes (Solidariedade), Danilo Cabral e Anderson Ferreira (PL). Para Mendonça Filho, esse tem sido um cenário atípico já que, de acordo com ele, todos os cinco nomes têm musculatura suficiente para disputar um segundo turno. Tal conjuntura, ainda segundo a análise de Mendonça, trará impactos para o pré-candidato pela Frente Popular, Danilo Cabral (PSB), que busca manter a hegemonia do PSB no estado pernambucano.
 
“Até bem pouco tempo atrás, você tinha uma unidade enorme no bloco do PSB, (mas) hoje ela está quebrada”, comentou Mendonça se referindo ao lançamento da pré-candidatura da deputada federal Marília Arraes como um dos principais fatores para essa “quebra”. A parlamentar, que após saída do PT e filiação ao Solidariedade, tem conquistado apoio de aliados da Frente Popular, como o deputado federal André de Paula, que preside o PSD no estado, e oficializou pré-candidatura ao Senado na chapa encabeçada pela ex-petista. O PROS também já declarou apoio à deputada.
 
“Ou seja, a candidatura de Danilo está debilitada fortemente por causa dessa fragmentação nas Forças de governo e no campo da oposição (...) o PSB, que governa o estado há 16 anos, quer ficar mais 4, 8 anos no mínimo, talvez mais 16, resultando em 32 anos, porque já ficam fazendo plano para (o prefeito do Recife) João Campos (PSB) assumir o governo”, criticou. “Mas a gente enxerga que a candidatura de Danilo está enfrentando grandes dificuldades e o ambiente será cada vez pior aumentando as chances de a oposição fazer o próximo governador de Pernambuco”, emendou.

Composição
Especulações apontam uma possível unidade entre o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho e a ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra. Questionado sobre o assunto, Mendonça Filho não negou a possibilidade de união entre nomes da oposição, mas diz não acreditar em uma “ampla negociação. Eu mantenho o meu apoio à candidatura de Miguel. Evidentemente que se eu pudesse colaborar na busca por uma ampliação do palanque seria melhor, mas é algo que eu não posso definir e que não está no nosso controle”, asseverou.