Raquel defende diálogo com as oposições Pré-candidata ao governo do estado pelo PSDB comentou tentativa frustrada de composição com Miguel e disse que ambos têm "projetos maduros"

João Victor Paiva
politica@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/05/2022 03:00

Apesar da tentativa frustrada de compor com Miguel Coelho (UB), Raquel Lyra (PSDB) afirma que continuará dialogando com os demais pré-candidatos oposicionistas ao Governo de Pernambuco. Na última quinta-feira, a tucana se reuniu com o ex-prefeito de Petrolina em busca de firmar aliança, mas nenhum dos dois topou abrir mão da cabeça de chapa, além de entenderem que a manutenção de várias candidaturas é uma boa estratégia para inviabilizar a continuidade do PSB no Executivo estadual.
 
“[Conversei] com Anderson [Ferreira] mais proximamente no ano passado, com Marília [Arraes], com Miguel... Nós vamos continuar dialogando em favor da construção de um Pernambuco novo. Agora, compreendemos que tanto o PSDB quanto o União Brasil têm um projeto maduro e quem sabe mais na frente a gente possa se encontrar, mas não houve nenhuma alteração substancial no rumo das coisas”, comentou a pré-candidata em visita à Associação Comercial de Pernambuco (ACP), nesta sexta-feira.

Na avaliação de Raquel, “as oposições em Pernambuco têm uma responsabilidade enorme sobre o futuro do nosso estado, afinal de contas, vivemos hoje o pior momento da nossa história com um governo que é avaliado como o pior governo que Pernambuco já teve”. Por isso, os quadros “têm legitimidade para propor as suas postulações, e assim está sendo, mas nada mais natural do que esses líderes do processo poderem conversar”.
 
No levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, divulgado esta semana, a pré-candidata aparece com 16% das intenções de voto, atrás de Marília Arraes (SD), com 28%, e à frente de Miguel, que teve o nome citado por 13% dos entrevistados. Na pesquisa Empetec/Diario de Pernambuco, publicada em março, Raquel despontava como líder da corrida, com 22,7%.
 
Naquela altura, a pré-candidatura de Marília ainda não havia sido oficializada. A leitura feita por aliados de Miguel é que a entrada da deputada na disputa atrapalhou o desempenho de Raquel – que até então era a única mulher na disputa – nas pesquisas. Neste levantamento feito em março, o ex-prefeito possuía 9,9%. A estagnação de Miguel e a ausência de nomes para compor a majoritária favoreceu a intensificação das tratativas com Raquel.

Impasse

Com o esfriamento das negociações com o ex-prefeito de Petrolina, a composição da chapa pessedebista volta a ser uma questão a ser resolvida. Nos bastidores, o nome da deputada estadual Priscila Krause (Cidadania) é tido como o favorito para ocupar o posto de vice da tucana. A deputada acompanhou Raquel no evento desta sexta na ACP, onde seu correligionário Daniel Coelho também esteve presente. A diferença entre ambos é que Daniel já anunciou que concorrerá à reeleição à Câmara dos Deputados, enquanto Priscila ainda não divulgou o seu futuro político.
 
Miguel, por sua vez, tenta atrair o PDT para sua chapa e já admitiu ter convidado o deputado federal Wolney Queiroz. O pedetista buscava viabilizar sua candidatura ao Senado pela Frente Popular, mas teve os planos frustrados após o PT angariar a posição. Apesar de já ter recebido apoio do Podemos e do PSC, ele também continua sem parceiros na chapa.