Das redes de pesca aos ringues de luta Natural da Ilha de Itamaracá, Budião divide o seu tempo entre as atividades de pesca e a rotina de treinos de kickboxing na rota Recife-Itamaracá

Laís Leon
lais.leon@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 20/08/2018 03:00

Carlos Alberto da Silva Souza; o pescador da Ilha de Itamaracá. Budião; o brasileiro prodígio do kickboxing. Duas pessoas diferentes? Definitivamente, não. Carlos Budião, como é conhecido, nasceu e foi criado em território itamaracaense, tem 28 anos anos e, desde que conheceu o universo esportivo, divide o seu tempo entre as atividades de pesca e a dinâmica de treinos de kickboxing. A isca que o mantém atraído pela rotina exaustiva é sabida por todos: o sonho de ser campeão mundial na modalidade.

“Tudo começou em um projeto social que ensinava capoeira a jovens de Itamaracá. Meu irmão, que já participava das aulas há um tempo, me convidou para conhecer e foi lá que eu tive o meu primeiro contato com lutas. Com o tempo, descobri que meu professor de capoeira também tinha turmas de kickboxing. Decidi experimentar, gostei muito e acabei deixando a capoeira de lado. Quando era criança, eu gostava mesmo de jogar futebol, mas quando comecei a lutar, eu migrei de vez pra essa área, comecei a participar dos campeonatos na Ilha e fui fazendo meu nome”, contou Budião.

A paixão falava cada vez mais alto, porém o jovem lutador, na época com 18 anos, não podia largar tudo e dedicar exclusiva atenção ao esporte, afinal, desde os 12 anos ele era peça fundamental ajudando seu pai no ofício de pescaria, que, até hoje, é a principal fonte de renda da família. “Meu pai é pescador e, quando eu ainda era pequeno, ele me ensinou a pescar para ajudar a levar dinheiro para casa. Até hoje me sustento disso, mas assim como o kickboxing, eu amo o que faço. É algo que me traz muita paz, tranquilidade e prazer. Mas um dia quero tratar o esporte como minha única profissão. Não vou deixar esse sonho para trás. Ele é o único caminho de mudar a minha realidade financeira e também da minha casa”, explicou o lutador, agora casado e pai de um bebê de oito meses, que também crescerá na modalidade, sob a justificativa de que “está no sangue da família”.