Os primeiros minutos desenhavam um confronto totalmente a favor do Sport. Só que as chances criadas não foram convertidas. Com o passar do tempo, veio a apreensão e o nervosismo. Com eles, o time de Milton Mendes não conseguiu confirmar o retrospecto e deixou os 100% de aproveitamento na Ilha do Retiro para trás. O primeiro empate com o técnico no comando, após três vitórias seguidas no Recife, veio diante de um rival chave. O 0 a 0 no marcador, contra o Vitória, ontem, manteve a equipe pernambucana com alerta vermelho na luta contra o rebaixamento.

O saldo, no entanto, não foi pior porque outros resultados ajudaram. A derrota do Ceará para o Bahia fez o Sport chegar aos mesmos 38 pontos do rival e subir uma posição, ficando em 15º lugar. Já o Vitória continua vivo na luta para não cair, com 36 pontos e no 18º posto. Agora, resta ao Leão da Ilha torcer contra a Chapecoense, que, nesta quinta-feira, recebe o Botafogo, na Arena Condá. Em caso de vitória, ultrapassará a equipe pernambucana, que por outro lado, não entrará no Z4.

O técnico Milton Mendes surpreendeu com a escalação do Sport. Sem Cláudio Winck, suspenso, decidiu improvisar o atacante Andrigo na lateral direita. Com um jogador de característica ofensiva, Marcão passou a fazer a cobertura de maneira mais incisiva no setor para não dar brechas ao rival. Na outra mudança forçada, o atacante Rogério ocupou a vaga do meia Gabriel.

Na etapa inicial, as substituições não comprometeram o jogo do Sport. O temor por espaços deixados por Andrigo não virou realidade. Pelo contrário. Das poucas vezes que apareceu no ataque, o Vitória criou pelo lado esquerdo, onde Raul Prata continuou improvisado na lateral pelo terceiro jogo seguido. No setor, o atacante Erick, ex-Náutico, protagonizou duas chances após o time sofrer uma pressão inicial e equilibrou o duelo. 

No saldo ofensivo, porém, o Leão da Ilha foi melhor. Principalmente por causa do início mais contundente. Em cadeia, perdeu três chances em 13 minutos. A primeira delas, com Rogério, foi a mais clara. Em seguida, Ernando e Hernane Brocador falharam. No fim, Adryelson ainda teve uma chance no jogo aéreo.

O Rubro-negro Pernambucano também se habituou a investir na velocidade de Mateus Gonçalves, concentrando, assim como o rival, as investidas no lado direito do ataque. Ao atacante, porém, o pecado foi o excesso de tentativas de dribles.   

A etapa final abriu com o Vitória em cima do Sport. Porém, um dos lances mais claros de gol, surgiu de uma falha de Mailson, aos 45 segundos. O goleiro tentou sair jogando, mas quase arremessou a bola contra a própria meta e precisou correr muito para evitar o pior. Em seguida, o Sport foi pressionado por 20 minutos seguidos e sequer chutou uma vez a gol.

Com isso, Milton Mendes colocou o volante Fellipe Bastos em ação na vaga de Hernane Brocador e deslocou Michel Bastos para a função de centroavante. Na sequência, o nervosismo consumiu os times. Trocas de passes errados e finalizações imprecisos derrubaram o nível do confronto. Até que, aos 36 minutos, Fellipe Bastos acertou um lançamento. Mateus Gonçalves chutou na saída do goleiro e acertou a trave na última chance clara do confronto.