Organizar a "casa" é a prioridade "Superministro" do Santa Cruz, Luciano Sorriso quer priorizar pagamentos a funcionários em 2019

Daniel Leal
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Publicação: 17/11/2018 03:00

Difícil calcular exatamente qual o período em que o Santa Cruz passou a conviver com salários atrasados, tantos anos fazem que a situação está instalada no clube. Ano após ano, gestão após gestão, a promessa é uma só: regularizar as finanças e prezar pelo pagamento em dia de atletas, comissão técnica e funcionários. Desde que o presidente Constantino Júnior tomou posse, no ano passado, o projeto de um Núcleo de Gestão ganhou vida. É o setor coração dos orçamentos do clube. Foi um dos primeiros procurados pelo novo executivo de futebol, Luciano Sorriso, preocupado em mudar a cultura dos pagamentos fora da data.

Dirigente remunerado, com status de “superministro” dado pelo presidente do clube, Sorriso tem nos planos fazer uma gestão exemplar. Não em vão, reuniu-se com o coordenador geral do Núcleo de Gestão do Santa Cruz, Roberto Freire. Inteirou-se do que o Tricolor terá de orçamento fixo para 2019. E prometeu trabalhar em cima do que é certo para evitar surpresas negativas ao longo da temporada.

“Procurei ter uma reunião com Roberto Freire até saber quais são os valores arrecadados mensalmente pelo clube. Isso sem precisar contar com renda, passar de fase da Copa do Brasil e essas situações que não são garantidas. A gente não pode contar com o que não é certo, temos números mensais arrecadados e vamos trabalhar em cima desses números”, afirmou Sorriso.

Atualmente, o Santa Cruz ainda deve dois salários a boa parte dos atletas que concluíram a Série C. Os funcionários, estão com três meses em atraso. “Não vamos fazer nenhuma loucura. A metodologia vai ser implantada com algumas coisas principais que pedi. Não existe mais pagamentos separados para os funcionários depois. A prioridade, se tiver que ter alguma separação, vai ser o jogador por último com a comissão técnica. Os funcionário terão salários honrados rigorosamente”, garantiu.

Receitas
Inicialmente, o Santa Cruz terá como receita garantida para a próxima temporada verbas vindas do Campeonato Pernambucano (R$ 1 milhão, independentemente do resultado), da Copa do Nordeste (R$ 1,9 milhão, podendo aumentar ao passar das fases) e Copa do Brasil (R$ 500 mil na primeira fase, valor este a ser ajustado pela CBF para 2019). Esses valores serão certamente acrescidos com receita relativa a sócios, bilheteria, venda de produtos do clube, etc.

Vale ressaltar, que um total de 20% de toda receita que entre no Santa Cruz é encaminhada para a 12ª Vara Cível do Recife, onde são pagas as dívidas trabalhistas do clube. No balanço relativo ao ano passado, o último da gestão do presidente Alírio Moraes, o Santa Cruz atestou um passivo de R$ 65.917.841, com aumento de 5% em relação ao ano anterior.

“Uma das coisas que estou implorando, lógico que dentro de todo um processo, sou apenas o executivo futebol e tem todo financeiro por trás, é manter os salários em dia. Só vamos gastar o que temos em mãos”, pontuou Sorriso. A estimativa é que o Tricolor trabalhe com uma folha salarial em torno de R$ 250 mil para atleta, mais R$ 80 mil para comissão técnica.