Da final para a estreia Times que decidiram o Pernambucano do ano passado, Central e Náutico se reencontram na rodada de abertura do Estadual de 2019 em Caruaru

João de Andrade Neto
joaoneto.pe@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 19/01/2019 03:00

O Campeonato Pernambucano 2019 começa do ponto onde terminou o de 2018. Finalistas da última edição, Náutico e Central voltam a se enfrentar pela 1ª rodada do Estadual, às 16h, no estádio Luiz Lacerda, em Caruaru. Porém, desde aquele histórico 8 de abril, quando encerrou um jejum de 13 anos sem taças com uma vitória por 2 a 1 em uma Arena de Pernambuco tomada por 42.352 torcedores (maior público do estádio em jogos de clubes), muita coisa mudou no Alvirrubro.

Desta forma, para o primeiro passo em busca de um bicampeonato que não conquista desde 2002, o Timbu estreia com apenas dois jogadores que estiveram em campo na final do ano passado. No caso, o zagueiro Camutanga e o atacante Wallace Pernambucano. No banco de reservas, o técnico Márcio Goiano, que assumiu o time durante a Série C, também estreia na função em Campeonatos Pernambucanos. Ex-zagueiro, foi tricampeão da competição pelo Sport entre 1997 e 1999.

E apesar de ser apenas o primeiro jogo do Estadual, o técnico e o elenco alvirrubro já entram em campo com uma certa dose de pressão. Isso porque a equipe vem de três derrotas consecutivas. Duas em amistosos diante do Treze-PB  e a última para o Fortaleza, nos Aflitos, pela abertura da Copa do Nordeste. Por isso, uma primeira vitória traria ao elenco a tranquilidade tão necessária e importante para esse início de temporada e estancaria a sensação de desconfiança da torcida.

Sendo assim, Márcio Goiano deverá repetir a mesma escalação utilizada diante do Fortaleza. O que significa a força máxima atual do Timbu, apesar do clube já ter o segundo compromisso pela Copa do Nordeste, terça-feira, em Aracaju, contra o Sergipe. Na sequência, o Náutico fará o primeiro clássico de 2019, dia 27, contra o Sport, na Ilha do Retiro, pelo Pernambucano.

“Temos que buscar ter as vantagens nos momentos das decisões, que são os mata-matas. O Pernambucano é uma competição difícil. Já no próximo confronto teremos um clássico. E já estreamos fora de casa contra o atual vice-campeão, que está no ano do seu centenário e nós sabemos como é difícil jogar em Caruaru contra o Central. O mais importante é estarmos concentrado. São nove decisões que teremos pela frente”, avaliou o comandante timbu.

“Não vejo essa pressão. O elenco hoje está muito bem e tranquilo com relação a isso. Nós sabíamos das dificuldades que teríamos. O grupo tem que estar alegre, mesmo sabendo da responsabilidade. Todos sabem o que temos que fazer”, finalizou.

Sem pressão por vitória na largada

 
Três derrotas nos últimos três jogos. Duas em amistosos para o Treze-PB e a última na estreia da Copa do Nordeste para o Fortaleza, nos Aflitos. Resultados negativos, mas que para o técnico Márcio Goiano ainda não trazem uma pressão para cima do elenco do Náutico. Para o comandante timbu, as dificuldades no início da temporada eram previstas e não colocam uma necessidade extra de vitória na estreia do Campeonato Pernambucano, neste sábado, contra o Central, em Caruaru.

“Nós sabíamos das dificuldades que teríamos nesse início de temporada. Eu falo para os jogadores que sou muito exigente, mas no futebol só existem três resultados. No jogo contra o Fortaleza, tomamos o gol com menos de um minuto, mas também criamos oportunidades. O grupo tem que estar alegre, mesmo sabendo da responsabilidade. Todos sabem o que temos que fazer”, pontuou o comandante timbu.

Nessa conta de três derrotas seguidas, Márcio Goiano também minimizou os dois reveses sofridos nos amistosos para o Treze (3 a 2 em Campina Grande e 1 a 0, nos Aflitos). Para o treinador, essas partidas serviram apenas para observações do elenco. E até para conhecer melhor alguns jogadores.

“Acredito que esses dois jogos amistosos, apesar das derrotas, nos condicionaram para fazer um bom jogo. Para mim foram dois trabalhos de avaliação, onde pude ver alguns atletas que não tinha visto e não conhecia. No decorrer do tempo isso vai me ajudar na tomada de decisão no momento de fazer alguma convocação. Algumas novidades podem acontecer a curto prazo com relação a alguns jogadores que anteriormente estavam nas convocações e de repente podem não estar mais. Tudo em função do que usamos nesses dois amistosos, onde colocamos todos os atletas em campo”, pontuou o treinador, confiante na evolução da equipe.

“Se a gente for buscar as ações do jogo contra o Fortaleza, se repetirmos aquele mesmo volume, podem ter certeza que vamos chegar aos resultados que nós queremos. Estou muito tranquilo com relação ao cenário. É o momento de ter tranquilidade, buscar o time ideal e conseguir as vitórias”, encerrou.
 
Patativa de olho no centenário

 
Após alcançar o inédito feito de chegar a final do campeonato estadual em 2018, o Central Sport Club quer ainda mais no ano de seu centenário. Próximo ao emblemático aniversário de 100 anos, que será comemorado no dia 15 de junho, a diretoria da Patativa deseja presentear sua torcida com mais uma campanha histórica e, se possível, ganhar a inédita taça de campeão pernambucano. Para isso, os caruaruenses fizeram esforços para manter a base do time que surpreendeu no ano passado, com nomes como Dudu Gago, Eduardo Eré, Fernando Pires e Leandro Costa, além de fazer contratações para encorpar o elenco e trazer um técnico experiente para conduzir o plantel.

Após iniciar a pré-temporada em dezembro, o time centralino teve quase 40 dias de pré-temporada sob o comando do experiente técnico Estevam Soares, uma das principais contratações para 2019. Ao longo da preparação, a diretoria da Patativa investiu em reforços e trouxe nomes de peso para elevarem o nível técnico da equipe. São eles o volante Renan Teixeira, que passou pelo Sport entre 2012 e 2013 e foi campeão da Libertadores e do Mundial Interclubes de 2005, pelo São Paulo e o atacante Giovani Rosa, que disputou o Mundial sub-17, pela Seleção Brasileira, em 2009, ao lado de Neymar e Philippe Coutinho.

Alguns dos contratados, porém, já saíram do elenco que se formava para o campeonato estadual. Foram os casos do atacante Anderson Lessa, que foi vendido para o Bangu; do zagueiro Diego Bispo, que recebeu proposta de outro clube e pediu para ser dispensado; e do atacante argentino Mazzolatti, que foi liberado após não ser aprovado nos testes do clube. O estrangeiro havia sido contratado junto ao San Luís de Quillota, da segunda divisão chilena, para ocupar a vaga deixada por Lessa.