Até um dia Após a confirmação da venda de Thiago para o Flamengo, o atacante concedeu entrevista e disse pensar em voltar um dia para o Timbu, no fim da sua carreira

Publicação: 13/12/2019 03:00

Entrevista - Thiago // ex-atacante do Náutico

“Há um ano, eu era nada”

O dia de ontem foi de despedida no Náutico. Com a venda de Thiago ao Flamengo - que se tornou a maior transferência da história alvirrubra -, o atacante foi o personagem da entrevista coletiva na tarde de ontem no CT Wilson Campos. Dentre os temas abordados, o jogador relembrou o começo difícil no clube, ainda na categoria sub-17, admitiu que tudo mudou muito rápido em menos de um ano, falou sobre os momentos baixos e altos e indicou que ainda pretende voltar ao Alvirrubro.

Os valores da negociação de Thiago para a equipe carioca não foram revelados, mas sabe-se que é a maior venda da história do Náutico, ou seja, números superiores aos R$ 4,5 milhões da venda de Douglas Santos para o Granada-ESP, há seis anos. Segundo o jornal O Globo, as cifras chegaram a R$ 7 milhões.

Pelo Timbu, aliás, Thiago foi campeão da Série C e principal nome do time na temporada, onde marcou oito gols em 36 jogos. Também está na história do clube por ter marcado o gol no amistoso contra o Newell's Old Boys, que marcou a volta do clube aos Aflitos. Confira abaixo os principais pontos da coletiva.

Ascensão

Em menos de um ano a minha vida praticamente mudou. Há um ano, se for pesquisar minha vida, eu não era nada. No decorrer de oito meses eu pude subir para o profissional, fui reconquistando meu espaço na pré-temporada, desci (para a base) e fui para a Copinha (Copa São Paulo de Futebol Jr.), depois voltei para o elenco, fui treinando, dando o meu melhor, fazendo a minha parte e fui conquistando as minhas coisas.

Momento mais difícil

O momento mais difícil que eu passei no Náutico foi no início, quando cheguei. As dificuldades, falta de passagens. Às vezes a minha mãe tirava o dinheiro da comida para eu vir treinar. Mas eu nunca desisti. Às vezes só com uma passagem. Mas fui dando continuidade à minha carreira, era um sonho desde pequeno que eu tinha de ser jogador profissional.

Momento mais positivo

O momento mais feliz no Náutico foi quando chegou a minha primeira oportunidade, que Márcio Goiano deu, na abertura dos Aflitos. Inclusive pude fazer um gol. O jogo terminou um a zero com gol meu. Esse foi o momento mais feliz da minha vida no Náutico.

Treinadores

Estar colhendo esses frutos agora eu só tenho que agradecer ao professor Márcio (Goiano) pela oportunidade, Gilmar (Dal Pozzo) quando chegou me manteve no time. E eu pude ir jogando, fazendo meus gols, buscar meu espaço.

Diretoria, Josa e Jorge Henrique

Muita gente me ajudou. Edno (Melo, presidente) Diógenes (Braga, vice) e Ítalo (Rodrigues, diretor de futebol). O Jorge Henrique, Josa, que eram os capitães e me ajudavam. Só tenho a agradecer a eles por me ajudarem. Jorge Henrique me abraçou logo como um filho. Ele disse que eu lembrava ele na infância, pelo estilo de jogo. Ele quem me apoiou. Na final do Campeonato Pernambucano, na Ilha, quando a gente perdeu, ele me tranquilizou, disse para eu ficar tranquilo que poderia ajudar-me no que precisasse.

Retorno ao Náutico

Futuramente, quando eu tiver no fim da minha carreira, o clube que eu penso jogar quando eu retornar é o Náutico. O clube que abriu as portas para mim e me deu a oportunidade.