O Sport vive uma crise na temporada. São apenas duas vitórias em dez jogos no ano e seis partidas sem vencer. Além disso, passou por recente troca no comando. Um triunfo não é suficiente para sair da má fase, claro, mas ameniza. Contém danos. E uma boa estreia dá sossego para Daniel Paulista no comando da equipe e dias mais tranquilos na Ilha do Retiro. E é justamente com esse espírito que o Leão vai enfrentar o América-RN, neste sábado, às 18h, em Natal, pela quinta rodada da Copa do Nordeste.

Além de melhorar o astral de maneira geral, uma vitória é fundamental para o clube visando a classificação e as pretensões de passar entre os dois primeiros - que têm o direito de disputar em casa o jogo único de uma possível quartas de final. Atualmente, o Leão está em 5º lugar do grupo A com cinco pontos, três a menos que o 3º colocado CRB.

Em relação a Daniel Paulista, o técnico inicia a caminhada no time em um cenário diferente das outras passagens, quando duas vezes foi acionado para fugir do rebaixamento (em 2016 e 2017, com sucesso) e em outra iniciou o planejamento (2017, sem sucesso). Desta vez, o comandante assume a equipe com a temporada em andamento, ainda que no começo, e com a missão de recolocar o clube nos trilhos.

“A semana foi produtiva porque conseguimos analisar alguns jogadores. Claro, a gente continua nesse estágio de avaliação porque mesmo tendo uma semana livre foram praticamente só três treinos com todo o elenco à disposição. É muito pouco para ter uma análise, um detalhamento completo. De maneira geral estou muito satisfeito com a semana e que a gente possa fazer um bom jogo amanhã", disse Daniel Paulista sobre os primeiros dias à frente da equipe.

Nos treinamentos, zero mistério. Diferentemente do seu antecessor, Guto Ferreira, o novo técnico realizou todos as atividades abertas à imprensa. Mesmo evitando cravar a escalação diante do América-RN, Daniel admitiu que é ‘provável’ que o time seja o visto nas últimas movimentações. Desta forma, com três mudanças: Rafael Thyere no lugar de Cleberson na zaga, Ewandro na vaga de Marquinhos (suspenso) no ataque e, enfim, Rithely assumindo a condição de titular com, desta forma, João Igor sendo sacado.
 
América - RN
A equipe potiguar está a cinco jogos invicta na temporada e, no Regional, é 4ª colocada do grupo B. Além disso, é treinada por um velho conhecido, o técnico Roberto Fernandes, cujo aproveitamento leonino quando o enfrenta é baixo: foram 15 encontros, com seis vitórias do comandante, cinco do Leão e quatro empates.
 
O perigo que vem lá de cima
 
Não é um problema recente. Calo do Sport na última Série B, bola aérea defensiva segue dando dor de cabeça ao Leão em 2020. E o técnico Daniel Paulista, com menos de uma semana no comando rubro-negro, já detectou. E tem dado ênfase a este fundamento. Mas não só. O treinador afirmou na manhã desta sexta-feira em entrevista coletiva que mudou a estratégia do time na hora de marcar esse tipo de jogada. E em busca de confiança.

“Os números não mentem. O Sport acabou sofrendo alguns gols de bola parada. Não só esse ano, mas ano passado também. Fizemos algumas alterações em termos da postura de marcação da nossa equipe na defesa, onde eu entendo que para esse momento será o melhor. Faremos uma marcação mais individualizada e não uma marcação zonal como vinha sendo feito”, iniciou.

“Essa marcação mais posicionada vai ser feita somente no primeiro pau. Os outros marcadores a partir de agora vão estar marcando mais individual, gera uma confiança entre eles para que a gente possa identificar talvez alguns problemas que possam existir mas que de uma maneira geral a gente possa conseguir trabalhar melhor”.

De acordo com levantamento feiro pelo Diario de Pernambuco, 45% (5 de 11) dos gols sofridos pelo Leão neste início de temporada foram via jogadas aérea. Ainda, aliás, de acordo com a reportagem, foi analisado que o quesito é um dos que merecem mais atenção do novo técnico. Foi possível ver nos treinamentos de quarta, quinta e sexta Daniel Paulista dando ênfase e coordenando o setor.

“Conseguimos trabalhar ontem (quinta) já no próprio treinamento tático algumas bolas paradas e hoje (sexta) repetimos de novo. Tem que ser uma constante. Temos que trabalhar porque se não trabalhar dificilmente conseguiremos evoluir. É dessa forma que a gente vai atacar principalmente nossos pontos que eu entendo que precisam ser melhorados de uma forma mais efetiva e mais rápida. E a bola parada com certeza é um deles para que amanhã a gente tenha uma boa postura lá dentro e não sofra nenhum problema nesse sentido dentro da partida”, finalizou.