Chance de ver jogo histórico Diario encontra três tricolores que não tiveram a chance de ver na íntegra o jogo Santa Cruz e Portuguesa, que marcou o acesso à Série A em 2005

Camila Sousa
Especial para o Diario
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Publicação: 30/05/2020 03:00

Luís Felipe tinha apenas cinco anos quando Carlinhos Bala, Rosembrick e companhia davam os primeiros passos rumo à uma trajetória que viria a ser inesquecível no Santa Cruz. Depois da conquista do estadual após nove anos de jejum, o jogo contra a Portuguesa, naquela tarde de 26 de novembro de 2005, coroou o ano de um time que, enfim, estava de volta - e merecidamente - à Série A.

Tricolor, Luís Felipe faz parte de uma geração que não teve a oportunidade de ver o Arruda tomado por mais de 65 mil torcedores. Ou de assistir Reinaldo fazer dois gols, sacramentar a virada contra a Lusa e o retorno à elite do futebol brasileiro. Mas, para o estudante de psicologia, apesar de passados quase 15 anos de um dos acessos mais comemorados na história recente do clube, a reprise daquela partida contra a equipe paulista, que acontecerá neste domingo (31), terá um “quê” a mais de especial.

“Eu acreditava que teria a chance de, um dia, assistir ao jogo na íntegra. Nunca olhei nada referente à partida, para falar a verdade. Só ouço, e pouco, dos amigos. Quis guardar esse gostinho especial. Por sorte, agora surgiu a oportunidade. Esse jogo, de fato, vai ser inédito para mim”, revelou. O tempo e suas façanhas.  

O mesmo não pode ser dito por Arthur Lira e Pedro Cândido que, apesar de não  terem assistido ao duelo contra a Portuguesa por serem muito novos, assim como Luís Felipe, não resistiram à curiosidade: bisbilhotaram vários lances na internet. Basicamente sabem de “cor e salteado” o roteiro. “Já vi muitos vídeos, porque 2005 foi um ano muito importante para nós”, diz Arthur. “Vivo vendo jogos antigos e esse é um dos principais”, completa Pedro.

Tristeza
Mas se existe algo que é compartilhado em unanimidade por eles é a tristeza por não terem assistido in loco à partida que valeu o acesso à Série A. No entanto, com a reprise do duelo, o sentimento ganhou um novo significado: de realização - seja para vivenciar algo inédito ou acrescentar alguns momentos na memória. “Vou ver tudo o que meus amigos mais velhos viram e tentar viver a atmosfera de alguma forma”, comemora Luís Felipe. “Esse jogo provou que o Santa Cruz já deu muito orgulho para essa torcida”, reforça Arthur.

A alegria dos tricolores também dá espaço à sensação de que aquele acesso à elite do futebol brasileiro poderia ter sido ainda maior: coroado com o título. Então, o inevitável vem à cabeça: a Batalha dos Aflitos. A derrota do Náutico sobre o Grêmio, em casa, fez o Tricolor gaúcho campeão da Série B e deixou a Cobra Coral com o vice. Mas Pedro resume: “O que mais importou foi o Santa Cruz ter mostrado que é gigante e que tem muita importância no cenário nacional”.

É carregando cada vez mais viva esta certeza que os torcedores do Santa Cruz guardam na mente, ansiosos, o que vão fazer neste domingo: amarrar a bandeira tricolor na janela, vestir, cada um, suas camisas, e confraternizar. Porque agora fazem parte de um momento histórico. Como se fosse a primeira vez.