NáUTICO » Nova queda em cota de televisão

Yago Mendes
Especial para o Diario
esportes@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 30/05/2020 03:00

O drama que cerca a situação financeira dos clubes brasileiros neste período sem jogos ganhou mais um episódio no Náutico. Isso acontece porque a redução no valor pago nas cotas de transmissão da Série B, que foi anunciada no início de maio, foi mais pesada do que se esperava no Timbu. Se antes a medida anunciava uma queda de 30% nos pagamentos de R$ 600 mil feitos pela Rede Globo, os alvirrubros tiveram a surpresa de receber um valor próximo de 50% deste montante.

De acordo com o vice-presidente jurídico do Náutico, Bruno Becker, após serem descontados os valores referentes às porcentagens da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), do Sindicato dos Atletas e do INSS, o Timbu receberia um repasse de R$ 311 mil, que, aliás, nem chega aos cofres do clube devido ao bloqueio judicial posto pela 12ª Vara do Trabalho para o pagamento de acordos trabalhistas entre a agremiação e ex-funcionários.  

“A cota era algo em torno de R$ 600 mil em seu valor bruto e tinha os descontos de praxe (6% FPF, 5% Sindicato dos Atletas, 5% do INSS) saídos diretamente para obtermos o valor líquido. No mês passado recebemos algo em torno de R$ 415 mil já com os abatimentos. Este mês foram apenas R$ 311 mil. Dinheiro este que nem vai para a conta do clube. Ele é direcionado de maneira imediata para a 12ª Vara do Trabalho e fica lá retido para o pagamento de inúmeros acordos trabalhistas. O que sobra, ela vai liberando para o clube conforme nós comprovamos as nossas despesas”, explicou Becker.

Quando anunciada a redução, a emissora carioca apontou que apenas três parcelas sofreriam abatimentos e os clubes seriam ressarcidos no final de período de pagamentos. Com a queda maior do que a esperada nas receitas, Becker aponta que o Náutico irá procurar a emissora para pedir explicações sobre a diminuição do que foi previamente anunciado e a diretoria alvirrubra espera que ocorra o ressarcimento do que foi retido mais à frente.

“Estamos aguardando o momento correto, pois lá atrás foi assinado um contrato que previa uma remuneração por cada participação. Vamos procurar a Globo para sabermos o motivo, mesmo sabendo que eles irão alegar a queda de receitas devido à suspensão dos jogos em decorrência do coronavírus. Nós compreendemos isso, mas esperamos que isso seja pago lá na frente. Para nós, uma redução de 30% é muito pesada e uma de 50% deixa o clube praticamente inviável”, frisou.

Cotas

Valores iniciais


  • Cota inicial - R$ 600 mil

  • Taxa do Sindicato dos atletas (5%) - R$ 30 mil

  • INSS (5%) - R$ 300 mil

  • FPF (6%) - R$ 36 mil

Valor líquido inicial
R$ 504 mil

Valor líquido (abril)  
R$ 415 mil

Valor líquido (maio)  
R$ 311 mil