Depois de três semanas, a novela sobre o adiamento das eleições do Santa Cruz teve seu último capítulo ontem. Ainda com prazo para recorrer até a próxima semana, o Tricolor abdicou de entrar com recurso na Justiça e acatou a proibição de ampliar os mandatos. Com isso, os novos rumos corais serão definidos no dia 14 de dezembro.

A situação começou a se definir na última sexta, no limite do prazo concedido pelo juiz Julio Cezar Santos da Silva, da 2ª Vara Cível da Capital, para o Santa divulgar o Edital de Convocação de Assembleia Geral Ordinária, documento que define a data da eleição, que foi agendada para 14 de dezembro. Com mais duas semanas para recorrer, o edital ainda poderia ser revogado, o que não é mais viável após a petição entregue ontem.

O novo documento questionou aspectos acatados pelo juiz, mas reconheceu a decisão e abdicou de contestar o resultado. Isso encerra a dúvida sobre a data da eleição 19 dias depois da reunião que informou sobre o adiamento para julho de 2021. André Frutuoso, conselheiro do Santa e autor da ação explicou o significado desse novo documento.

“O Santa Cruz foi no processo e disse que não tem ‘pretensão resistida’, essa linguagem quer dizer que não houve uma contestação (...) Isso mostra que o clube não vai recorrer da decisão e que as eleições estão confirmadas para o dia 14 de dezembro”, afirmou André.

Desgaste e contradição
Lamentando o desgastante processo, ele disse ver contradição na argumentação do clube.

“Pedir para que o juiz declarasse como procedente a ação judicial, mas sem reconhecer que houve uma ilegalidade por parte do Santa Cruz, o que é um pedido, ao meu ver, contraditório”. A reportagem tentou contato com a Executiva, o Jurídico e o Deliberativo do Santa Cruz para comentar sobre o tema, mas não obteve sucesso.