Onde vai parar o futebol pernambucano? Antes apontado como uma potência no Nordeste, times do estado vivem cenário caótico e têm rodada de derrotas, rebaixamentos e eliminação no Brasileirão

Pedro Henrique Dias
Especial para o Diario
esportes@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 21/09/2021 03:00

Retrô eliminado, Santa Cruz rebaixado, Náutico definhando e Sport à mercê de um milagre para se livrar do rebaixamento. Essa é a realidade dos clubes pernambucanos no cenário nacional, ilustrada de forma precisa no último final de semana, período no qual as equipes somaram quatro derrotas. Engana-se, no entanto, quem acha que o problema no futebol do estado é recente. Pelo contrário. Tomando a atual temporada como exemplo, os times acumulam campanhas ruins dentre as principais competições do país. Entre as divisões do Campeonato Brasileiro, o ‘menos pior’ figura, hoje, como coadjuvante na busca pelo acesso, que é o caso do Náutico, enquanto os demais vivem uma conjuntura delicada.

No caso do Santa Cruz, o cenário é de terra arrasada. Toda a temporada vem sendo marcada por uma sucessão de fracassos entre todos os setores da instituição. Durante a trajetória do descenso, foram mais de 40 contratações, quatro técnicos e um aproveitamento geral de apenas 27% dos pontos disputados. Como resultado, ficou como lanterna na Série C e na Copa do Nordeste, bem como saiu na segunda fase da Copa do Brasil para o modesto Cianorte e não resistiu ao Náutico na semifinal do Campeonato Pernambucano. Pela frente, ainda terá que passar pela seletiva do Nordestão para conseguir uma vaga na fase de grupos do torneio regional.

Dentro de campo, a realidade do Sport é similar às campanhas passadas, sobretudo na Série A. O Rubro-Negro está, mais uma vez, medindo forças para se manter na elite do futebol brasileiro. Entretanto, faltando menos da metade do campeonato, encontra-se na vice-lanterna e está a seis pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento. Antes disso, o Leão colecionou eliminações precoces na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste. Inclusive, fez a pior campanha de sua história no certame regional. Soma-se ainda a queda na estreia da Copa do Brasil pelo terceiro ano seguido, dessa vez para a Juazeirense, e desperdiçou a oportunidade de conseguir um alento financeiro para o restante da temporada.

Já o Náutico tinha tudo para ter um desempenho destoado dos rivais, mas perdeu o prumo nas últimas rodadas da Série B. O tom otimista se dava pelo início da caminhada do clube alvirrubro, que conquistou o Campeonato Pernambucano e quebrou o recorde de invencibilidade da Segunda Divisão, tendo ficado 14 jogos sem perder. O problema é que o primeiro revés provocou um ‘efeito dominó’ nos Aflitos. De lá para cá, a equipe somou apenas uma vitória em dez partidas, trocou o comando técnico - sem efeito imediato -  e, hoje, está a seis pontos do grupo de acesso.

Além do Trio de Ferro

Indo além do Trio de Ferro, o Retrô foi a equipe que teve resultados mais relevantes ao longo da temporada, com exceção de sua participação no Pernambucano. O grande destaque vai para a campanha feita na Copa do Brasil, em que eliminou o Brusque, da Série B, e só perdeu nos pênaltis para o Corinthians. Na Série D, até conseguiu garantir vaga no mata-mata, mas saiu derrotado no duelo contra o ABC.

Tido como a quarta força do estado, principalmente depois do título pernambucano de 2020, o Salgueiro viveu um ano marcado por complicações financeiras. Mesmo assim, ficou entre os quatro melhores do Estadual e obteve a melhor campanha dentre os conterrâneos na Copa do Nordeste. Contudo, abriu mão de disputar a Série D e a fase preliminar do Nordestão de 2022 por não conseguir arcar com os custos operacionais.

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As campanhas em 2021

Sport

  • 42 jogos
  • 11 vitórias
  • 15 empates
  • 16 derrotas
  • 38,09% de aproveitamento
  • Vice-campeão estadual
  • Lanterna do Nordestão
  • Eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil
  • Em 19º na Série A
Náutico
  • 36 jogos
  • 17 vitórias
  • 11 empates
  • 8 derrotas
  • 57,40% de aproveitamento
  • Campeão estadual
  • Em 8º na Série B
Santa Cruz
  • 38 jogos
  • 7 vitórias
  • 10 empates
  • 21 derrotas
  • 26,31% de aproveitamento
  • Semifinalista do estadual
  • Lanterna no Nordestão
  • Eliminado na 2ª fase da Copa do Brasil
  • Rebaixado para a Série D