Adeus, Enderson Com o Sport precisando de um milagre na última rodada da Série B, a diretoria do clube anunciou ontem a demissão do treinador Enderson Moreira

Paulo Mota

Publicação: 20/11/2023 03:00

Chegou ao fim a passagem de Enderson Moreira pelo Sport. O treinador foi demitido pelo clube ontem, um dia após a derrota por 1 a 0 para o Vitória-BA. Ao todo, foram 67 partidas disputadas sob o comando de Enderson Moreira. Neste período, o Sport somou 39 vitórias, 16 empates e 12 derrotas - 66,16% de aproveitamento. Dentro e fora de campo, o período marcou um trabalho que não deve deixar saudades. Durante sua passagem na Ilha do Retiro, o treinador foi marcado por embates contra a torcida e a Imprensa.

Escalações

A impressão era de que, em alguns casos, o currículo ficou à frente do futebol apresentado nas quatro linhas. Foi assim com Peglow, que vindo do exterior, teve inúmeras chances na equipe titular, mesmo apresentando baixo desempenho. Na meta rubro-negra, o treinador se mostrou perdido entre o trio Renan/Dênis/Jordan. No ataque, Enderson Moreira optou pela manutenção de Vagner Love por quase toda a Segundona, mesmo com o centroavante marcando um único gol em 18 jogos.

Visitante inofensivo

A fragilidade do Sport nas partidas longe da Ilha do Retiro foi um ponto ruim durante toda a Série B. Ao todo, em 19 partidas, foram quatro vitórias, oito empates e seis derrotas - com 35% de aproveitamento. Se for levar em conta apenas a pontuação da equipe fora de casa, o Leão da Praça da Bandeira ficaria na tímida 10º colocação na Série B.

Mudanças no time

Durante as 37 rodadas da Série B, o comandante optou por modificações na equipe inicial e nunca repetiu a escalação, promovendo mudanças sempre.

Embates com a torcida

Uma união dos sonhos no primeiro semestre. Durante a Série B, a relação mudou da água para o vinho. Na partida contra o Ceará, o treinador discutiu com torcedores após a entrada de Gabriel Santos no lugar de Jorginho. Diante do Criciúma, também na Ilha do Retiro, Enderson voltou a rebater os torcedores. Após mais de uma hora para iniciar a coletiva, o técnico adotou um tom duro e disse que na ocasião convidou o torcedor para um “bate-papo”. O estopim veio após o empate com a Ponte Preta, Enderson apontou que equipes paulistas, como Ponte Preta e Mirassol, não sentem a pressão de jogar na Ilha do Retiro por estarem acostumados a enfrentar os grandes clubes de São Paulo.

Críticas à imprensa

Antes da partida contra o Criciúma, o comandante tinha criticado a imprensa por conta da polêmica a respeito da estreia de Diego Souza. Após o confronto, o treinador apresentou um “nervosismo exagerado”, questionando, inclusive, a postura da imprensa pernambucana e apontou a mesma como uma das principais responsáveis pelo baixo desempenho do Estado.