A interpretação de texto é o coração do Enem. Isso os alunos já sabem. Mas identificar os textos literários e não literários também é importante na hora de interpretar. Quem explica a diferença é a professora de português, Mônica Soares. “Os textos não literários tratam de coisas e fatos do mundo real. A linguagem é utilizada com o seu sentido comum, denotativo. Por exemplo, os textos jornalísticos, científicos, receitas culinárias. Já os textos literários são ficcionais. O escritor inventa um universo imaginário, cria um mundo que não existia e utiliza a linguagem conotativa, figurada”, explica. Como exemplo de textos literários, a professora destaca os contos, poemas e fábulas.

Mônica Soares cita o escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), que afirmou: “Uma coisa é escrever como poeta, outra como historiador: o poeta pode contar ou cantar coisas não como foram, mas como deveriam ter sido, enquanto o historiador deve relatá-las, não como deveriam ter sido, mas como foram, sem acrescentar ou subtrair da verdade o que quer que seja.”

Um mesmo texto pode ser escrito das duas formas. A diferença entre eles é a expressividade dos autores. Para falar da fome, por exemplo, o noticiário pode relatar fatos, ancorados em dados. Um poeta pode descrever a mesma situação, utilizando figuras de linguagem, apelo emocional, e expressar seus sentimentos a respeito da mesma situação.