Amais de 16 mil quilômetros de distância da capital do Japão, o Recife será palco da 19ª edição da Feira Japonesa da cidade. Em comemoração aos 120 anos do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão, o evento deve compartilhar as experiências culturais dos países, com abertura feita pelo cônsul do Japão no Recife, Yasuhiro Mitsui. A feira, que acontece neste domingo, ocupa um tradicional espaço do turismo local, no Recife Antigo, entre a Praça do Arsenal e a Rua do Bom Jesus.

O início da programação está previsto para às 10h30 com a apresentação do grupo musical Ren Taiko da Associação Cultural Japonesa do Recife (ACJR), coral infantil da Escola de Limoeiro e da Escola de Língua Japonesa do Recife da ACJR, Yuubi - Japanese Company, cosplays, desfile de yukata, anime e mangá, artes marciais e venda de artigos tradicionais da cultura nipônica. O evento é gratuito.

 “Mantemos o grupo com a intenção de preservar a cultura japonesa no Recife. Nosso estilo é definido como kawasuji, que não tem nenhum apelo competitivo, apenas cultural. Acredito que a melhor forma de celebrar os 120 anos é através da música”, comentou Anderson Jun Makiyama, presidente do Ren Taiko. O taiko é um instrumento semelhante a um tambor brasileiro com detalhes em madeira tradicionais do Japão, e com filosofia própria. “Prezamos muito pelo respeito ao taiko. Acreditamos que dentro de cada taiko existe um Deus e que a forma de você se comunicar com Ele é tocar com todo o seu empenho”.

O grupo também conta com a participação de crianças. Uma delas é Arthur Yamato, 11 anos, que já toca o taiko há cinco ao lado de dois irmãos gêmeos. “Achei o instrumento legal desde o início, pois ele é tocado em grupo e precisa muito dos outros para a apresentação. O mais interessante é que estamos sempre brincando, nunca estamos parados e ficamos sempre em harmonia”, afirmou.

O cônsul Yasuhiro Mitsui que participa das comemorações de aniversário falou da expectativa em poder destacar simultaneamente à comemoração dos 120 anos de amizade intercultural.

“Não sei o motivo, mas a junção entre brasileiros e japoneses combina muito. O anime, que é o desenho japonês, é um aspecto muito bom, pois está sendo conhecido por muitos jovens brasileiros. Esse também é um lado que ajuda muito a atrair uma nova geração ao nosso país”, ponderou.

O cônsul ainda lembrou o exemplo de superação dos japoneses durante o tsunami que devastou o Japão em 2011. “O povo brasileiro vive agora essa tragédia em Minas Gerais e nós sentimos muito por todas as vítimas. Aprendemos que a coisa mais importante é a ajuda e solidariedade entre as pessoas para poder superar essas tragédias e começar de novo”, comentou.