Suspeito indiciado por envenenar nove pessoas Polícia concluiu que ex-namorado de uma das vítimas foi responsável pelo crime ocorrido em maio

Publicação: 19/07/2017 03:00

O inquérito da Polícia Civil sobre o caso do envenenamento de nove pessoas de uma mesma família, no dia 13 de maio, em Jardim Primavera, Camaragibe, foi concluído. Oito vítimas já haviam sido ouvidas pela polícia, mas faltava Débora Regina Belo Soares, 22, que estava internada no Hospital da Restauração. Somente na semana passada ela prestou depoimento. Segundo a delegada Euricélia Nogueira, não restam dúvidas de que o ex-namorado de Débora, Jesemiel Hidalgo da Silva, 27, foi o autor do crime e que era ela o alvo principal.

A vítima contou que o homem foi a sua casa um dia antes de passar mal e ser socorrida e, ainda, teria falado que tinha um presente para ela. Com isso, a polícia concluiu a investigação indiciando Jesemiel pelo crime tentativa de homicídio contra nove pessoas, pois os familiares de Débora também comeram os alimentos preparados com veneno. Jesemiel segue preso no Centro de Triagem (Cotel), onde aguarda julgamento. Caso seja condenado, sua pena pode chegar a até 28 anos. A prisão temporária que havia contra ele foi revertida para preventiva.

A perícia encontrou chumbinho, um veneno proibido, mas comumente usado para matar ratos, no pó de café e nos ingredientes usados por Débora para preparar o almoço do Dia das Mães. De acordo com os depoimentos apurados, a versão dada à polícia por Jesemiel logo foi desmentida. Ele negou o crime e afirmou ter ido na casa da moça apenas uma vez após o término do namoro.

Mas os familiares e a própria jovem provaram o contrário. Ele apareceu na residência outras vezes e estava inconformado com a decisão dela tentar retomar o antigo relacionamento. Inclusive, Débora contou à delegada que, dois dias antes do ocorrido, Jesemiel foi a sua casa e disse que mataria seu ex-marido, que mora na casa da frente. Segundo informações da polícia, o autor do crime já tem antecedentes criminais e respondia em liberdade pela acusação de latrocínio, que é o roubo seguido de morte.

Embora Débora Regina tenha conseguido escapar da morte, hoje, seu estado de saúde é irreversível. Ela tem sequelas na voz e problemas de respiração após ter sido submetida a traqueostomia. De acordo com o acompanhamento da delegada, a jovem é socorrida praticamente todos os dias com dificuldades para respirar. Sua família, que também foi envenenada, no entanto, não sofreu nenhuma sequela física. A explicação para isso é que, como Débora foi a primeira a comer a comida contaminada, ainda no dia 12, os médicos não diagnosticaram rápido o suficiente para tratá-la.

Isso lhe custou um tempo precioso para reverter sua condição. Seus familiares, quando socorridos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), um dia depois, já sabiam da situação da moça e foram logo medicados.