Publicação: 01/06/2018 03:00
Izabel e José se conheceram em 1950, em Garanhuns. Os pais trabalhavam com fornecimento de cana e eram muito amigos. Pouco tempo depois, cada um tomou um destino diferente em outras cidades. Izabel concluiu o curso de contabilidade em Campina Grande, na Paraíba, e José estudou direito no Recife. Cinco anos se passaram até se reencontrarem, por acaso, na Rua Nova, no Centro da capital pernambucana. Izabel trabalhava no endereço e ele concluía seu curso. Todos os dias, buscava a amada no trabalho. Até que um dia, tomou coragem para segurar na mão de Izabel. Pronto. Dali não largaram mais. Em 1958, casaram-se. Não sem um contratempo antes. Izabel perdeu o vestido de noiva em uma viagem de trem entre Garanhuns e Recife. Por sorte, a roupa foi guardada pelo maquinista.
Em 60 anos, nunca dormiram separados, a não ser no recente internamento de José. Até hoje, 21.915 dias depois do “sim”, fazem tudo juntos. Quando moraram em Maraial, na Mata Sul, no início da carreira de magistrado de José, criaram uma escola dentro da própria casa para ensinar os mais pobres. Era 1964, início da ditadura militar. Foram acusados de comunistas e procurados por homens fardados. Ela, grávida, quase perdeu o bebê com o susto. O episódio agora é só uma lembrança ruim. Izabel queria mesmo mais sorrisos do amado. Naquela manhã, ganhou vários.
José nunca tirou férias ou licença-prêmio. Por isso, aposentou-se mais cedo. A ideia do casal era viajar juntos após a aposentadoria. Conseguiram cumprir apenas parte do sonho. No aniversário de 80 anos dele, embarcaram para a Europa. Tempos depois, ele passou a precisar de hemodiálise, e as viagens longas tornaram-se inalcançáveis. Deixaram a casa em Surubim, no Agreste, para morar com a filha Verônica no Recife, onde ele tem acompanhamento médico. Também ficam mais juntos dos oito filhos e filhas, 17 netos e netas e oito bisnetos e bisnetas.
Nas primeiras horas da manhã de ontem, José ligou para a companheira para lembrar da data emblemática. Relembrou para ela um episódio ocorrido em Inajá, no Agreste, onde moraram logo quando casaram. “Naquele dia, estava chegando em casa. O lugar não tinha luz, chuveiro, a cozinha era com carvão. Ela, abaixada no chão de terra batido, dando banho em um dos meninos e com outro pequeno junto. Ouvi quando ela disse: 'Ah se eu soubesse que casamento era assim'. Fiquei assustado com a fala quando ela me viu e completou: 'Recomeçaria tudo de novo.'” Os dois riram juntos.
Em 60 anos, nunca dormiram separados, a não ser no recente internamento de José. Até hoje, 21.915 dias depois do “sim”, fazem tudo juntos. Quando moraram em Maraial, na Mata Sul, no início da carreira de magistrado de José, criaram uma escola dentro da própria casa para ensinar os mais pobres. Era 1964, início da ditadura militar. Foram acusados de comunistas e procurados por homens fardados. Ela, grávida, quase perdeu o bebê com o susto. O episódio agora é só uma lembrança ruim. Izabel queria mesmo mais sorrisos do amado. Naquela manhã, ganhou vários.
José nunca tirou férias ou licença-prêmio. Por isso, aposentou-se mais cedo. A ideia do casal era viajar juntos após a aposentadoria. Conseguiram cumprir apenas parte do sonho. No aniversário de 80 anos dele, embarcaram para a Europa. Tempos depois, ele passou a precisar de hemodiálise, e as viagens longas tornaram-se inalcançáveis. Deixaram a casa em Surubim, no Agreste, para morar com a filha Verônica no Recife, onde ele tem acompanhamento médico. Também ficam mais juntos dos oito filhos e filhas, 17 netos e netas e oito bisnetos e bisnetas.
Nas primeiras horas da manhã de ontem, José ligou para a companheira para lembrar da data emblemática. Relembrou para ela um episódio ocorrido em Inajá, no Agreste, onde moraram logo quando casaram. “Naquele dia, estava chegando em casa. O lugar não tinha luz, chuveiro, a cozinha era com carvão. Ela, abaixada no chão de terra batido, dando banho em um dos meninos e com outro pequeno junto. Ouvi quando ela disse: 'Ah se eu soubesse que casamento era assim'. Fiquei assustado com a fala quando ela me viu e completou: 'Recomeçaria tudo de novo.'” Os dois riram juntos.
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Amor e união, na saúde e na doença, há 60 anos