DIARIO JURíDICO » Advocacia preventiva evita conflitos Muitos empresários ainda não se deram conta, mas a prevenção é o melhor remédio contra litígios

Publicação: 21/07/2018 03:00

Gastar energia e dinheiro para administrar na Justiça problemas que poderiam ser evitados é como voltar dez casas no caminho para o sucesso do empreendimento. Nem todo empresário brasileiro se deu conta de que a prevenção é o melhor remédio para evitar conflitos na esfera judicial. Pode até parecer clichê, mas a frase faz o maior sentido.

Um movimento começa a ser percebido entre as empresas de médio porte. Algo que as grandes empresas já fazem há algum tempo. A ideia é o empresário atuar em conjunto com um corpo de advogados altamente especializado para evitar os mais diversos tipos de processos judiciais.

A equipe jurídica, nesse caso, atua em todos os passos do cliente. Desde a contratação de funcionários à elaboração dos contratos e aos métodos de trabalho. “A ideia da advocacia preventiva é ofertar consultoria para evitar situações conflituosas no futuro, que evitem o aumento de contingência, que é o valor que uma empresa reserva para o pagamento de condenações em ações judiciais”, explica Bianca Spessirits, do escritório Porto Spessirits.

Há redes de varejo que consultam o jurídico até na hora de montar a escala de trabalho. Uma atividade básica, mas estratégica para prevenção de conflitos trabalhistas. “É uma questão filosófica do empresário. Para contratar esse tipo de serviço, tem que valorizar o correto. Nem todas as empresas estão preocupadas com isso”, diz a advogada Amanda Porto.

Em uma empresa de varejo, um contrato bem redigido, onde são previstas penalidades em caso de inadimplência do fornecedor, faz toda a diferença. “Não atuamos apenas quando há um problema. Temos uma ação profilática diária, participamos dos processos decisórios dos empresários que assessoramos, atuamos na prevenção de conflitos”, detalha Amanda.

Trata-se de uma abordagem mais sofisticada, algo fundamental no mundo dos negócios, onde qualquer decisão custa dinheiro. “O empresário pode adotar o caminho que custa mais ou o que custa menos. De repente, o caminho A é o que vai dar mais lucro. Desde que trabalhe dentro da legalidade, você pode ousar”, pontua Bianca.

O trabalho do advogado é algo semelhante a acender luzes para o empresário ao longo do percurso. Isso porque a atuação implica até em participar do plano de negócios.

“Temos um cliente em expansão que já atua nacionalmente, mas vai expandir o número de unidades em Pernambuco. Nós participamos até da escolha do ponto. Faço assessoria município por município, analiso a legislação local em vários aspectos, como tributários, urbanísticos e sanitários. Essas informações são depois passadas para o setor de expansão da empresa, que vai avaliar e escolher, dentre as opções do mercado, o melhor lugar para se estabelecer”, acrescenta Bianca.