SEMINáRIO » Democratização da mídia em debate

Publicação: 10/08/2018 03:00

Notícias falsas, as fake news, não são ameaças à democracia nem devem ser o ponto central da cobertura política das eleições 2018. Esse foi o entendimento predominante na abertura do seminário Diálogos: Fake News, Mídia e Democratização da Comunicação, ontem à noite, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Realizado pela Escola Superior do Ministério Público de Pernambuco (ESMP-PE), Fórum Pernambucano de Comunicação (Fopecom), Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope) e pela coordenação do curso de Jornalismo da Unicap, o evento termina hoje com a mesa Discurso de Ódio Contra as Minorias Políticas X Novas Narrativas de Emancipação.

Cientista político e professor da Unicap, Juliano Domingues discutiu o contexto da disseminação de informações falsas. Fake news é uma ameaça para quem?”, questionou, destacando o esforço de grandes grupos de mídia para descredibilizar as informações socializadas por mídias sociais e se imporem como única fonte de verdade. Para a jornalista e professora de Rádio e TV Carolina Dantas, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Brasil vai sofrer os impactos da circulação das informações falsas como ocorreu no México e nos Estados Unidos. Mas define como precipitação alegar que notícias falsas sejam capazes de alterar resultados de uma eleição, como sugeriu o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luiz Fux.

Jornalista do portal Marco Zero Conteúdo com experiência em assessoria de imprensa governamental, Laércio Portela destacou que notícias falsas são um fenômeno muito antigo que tem se disseminado no que define como “ambiente informacional muito tóxico” criado pelos grupos de mídia, que criminalizam movimentos sociais. Para ele, a mídia no Brasil repete erro para o qual a mídia ianque fez mea culpa, de abandonar o questionamento de candidatos sobre os grandes temas da sociedade, como a reforma da Previdência, para tratar de questões não relevantes como notícias falsas.

Advogada integrante da ONG Meu Recife, Madalena Dantas salientou a importância de destacar questões relevantes, propiciando mobilizações para solucionar problemas pela cobrança ao poder público.