Cuidados que os catadores precisam ter no trabalho

Publicação: 12/09/2018 03:00

Oitenta catadores de oito cooperativas de reciclagem da capital pernambucana e de outros municípios da Região Metropolitana participaram, ontem, de um seminário sobre os riscos para a saúde referente à atividade deles e como se prevenir de doenças e acidentes. O Seminário de Saúde e Trabalho para Catadores de Materiais Recicláveis foi promovido pela Prefeitura do Recife,  no Centro Comunitário da Paz (Compaz) Ariano Suassuna, no Cordeiro.

O  evento levantou questões sobre a prevenção de doenças e acidentes e fez um alerta dos ambientes por onde eles passam com risco de se deparar com ratos, escorpiões e até o mosquito Aedes aegypti . Os trabalhadores também puderam realizar aferição da pressão arterial, testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites B e C. Os exames foram entregues com 30 minutos e os casos positivos receberam orientações sobre o tratamento na rede municipal.

“É fundamental que os trabalhadores tenham conhecimento dos riscos a que estão expostos, para a melhoria da qualidade de vida no trabalho”, destacou o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, lembrando que as ações de incentivo da melhoria das condições de trabalho já é uma rotina.

A catadora e presidente da Cooperativa Padre José Cevats, Vânia Joaquina da Silva, 50 anos, que está na atividade desde os 13 anos, e se emocionou ao falar da oportunidade. “Antes nem se falava nessa profissão e agora estamos em um seminário só para falarmos da saúde do catador”, ressaltou. “Vim para este evento sem saber que tinha tantos riscos e agora já sei de várias formas de prevenção”, acrescentou. “No futuro vamos ser vistos como uma atividade que cuida do meio ambiente”, disse.

CADEIA PRODUTIVA

Os catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis desempenham papel fundamental na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, atuando nas atividades de coleta seletiva, através da triagem, classificação, processamento e comercialização dos resíduos reutilizáveis e recicláveis, contribuindo de forma significativa para a cadeia produtiva da reciclagem nas cidades. Além disso, colaboram para o aumento da vida útil dos aterros sanitários e para a diminuição da demanda por recursos naturais, na medida em que abastecem as indústrias recicladoras para reinserção dos resíduos em suas ou em outras cadeias produtivas, em substituição ao uso de matérias-primas virgem.