Fregueses encontram de carnes a artesanatos

Publicação: 14/09/2018 03:00

A oferta de produtos no mercado é diversificada: há carnes e frios, peixes e crustáceos, armarinhos, ervas, flores e artesanato em palha. Compradora assídua do mercado há mais de 20 anos, Creuza Eugênia, 65, fala com carinho do espaço como um todo, de forma que o lugar remete a diversas lembranças. “O cheiro da charque exposta, bem como algumas vassouras de palha penduradas me trazem lembranças do meu tempo de infância, quando acordava cedo, aos fins de semana, para fazer compras com a minha mãe. São tempos que não voltam mais”, afirma.

O mercado abriga outros espaços. Há o Anexo II-Cobal, que abriga 14 boxes para venda de cereais e alimentos não perecíveis. E o Sempre Viva, na rua de mesmo nome, que vende confecções, calçados e acessórios. Entre esses estabelecimentos está o de Maria Anunciada de Oliveira. Aos 77 anos, ela mantém um pequeno box para a venda de flores que está na ativa há 57 anos. Ela conta que o gosto pelas plantas se deu desde jovem pelo fato de toda a família, original de Caruaru, no Agreste do estado, ter trabalhado no ramo. “Cresci vendo papai acordar cedo para cultivar e colher as plantas para revender na cidade. Aquilo tudo me fascinava. Hoje não sei fazer outra coisa a não ser isso”, revela.

Faça chuva ou sol, lá está ela cuidando e tratando as flores como se fossem filhas. Na verdade, para Maria Anunciada, isso é algo que vai além do apego financeiro, e toca o coração. Emocionado, ela não escondia o sentimento. “Adoro o que faço. Posso estar com as pernas doendo, mas não deixo isso aqui. Morrerei aqui, nessa cadeira, cuidando das minhas plantinhas”, finaliza.