Paixão que vem do alto

Publicação: 14/09/2018 03:00

A universitária Thais Miranda, 24, mora no Alto do Mandu, considerado um bairro, mas costuma dizer que mora em Casa Amarela. “Acho mais fácil das pessoas entenderem”, justifica, enquanto faz compras no antigo Mercado de Casa Amarela. “Gosto daqui porque é perto de tudo, mas o tratamento do poder público com a população do morro é desigual”, critica.

O Alto do Mandu, assim como outros morros, já não integram mais o território de Casa Amarela, mas os seus habitantes ainda se identificam com o passado. As falas também são uma espécie de fuga do preconceito contra os moradores de áreas de morro da cidade, considerados mais pobres.

No Alto Santa Isabel, acontece algo parecido. A dona de casa Geni Gomes também prefere dizer que mora em Casa Amarela. Ela não está errada, afinal o alto é parte do bairro. Ela também reclama da infraestrutura precária para quem mora no morro. “Aqui é perto de tudo, hospital, maternidade, mercado. Mas o pior do alto é a falta de água. Tanto faz chegar por dois, três dias e faltar por oito dias. O abastecimento é incerto”, queixa-se Geni. Os problemas se repetem com relação ao saneamento. É a “desigualdade social”, acredita Geni.