DIARIO NOS BAIRROS » Um bairro tomado pela fé e devoção Cercado pelo azul e branco, em homenagem à Nossa Senhora, o Morro da Conceição, na Zona Norte, é celeiro de histórias de superação e lições de vida

MABSON RODRIGUES
mabson.rodrigues@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 14/09/2018 03:00

O Morro da Conceição, que já foi o coração do bairro de Casa Amarela, é uma das localidades mais visitadas da capital pernambucana por causa da sua tradição e do contexto histórico. Trata-se de um reduto de demonstrações de fé e devoção à Nossa Senhora da Conceição. Tomado pelas cores azul e branca em homenagem à santa, o bairro é celeiro de histórias, lições de vida e de superação.

Morador do bairro há mais de 60 anos, o comerciante Romildo Paulino da Silva traz, estampado no rosto, os sinais de muitos anos de trabalho dedicados ao bairro. O pernambucano conheceu a área histórica ainda garoto e hoje, aos 69 anos, é o proprietário do principal fiteiro de artigos religiosos da região. Para Seu Romildo, morar no Morro da Conceição ainda rende alegrias e momentos emocionantes. “Eu conheço esse lugar como a palma da minha mão. Já passei por muita coisa boa nessa terra, que só de lembrar eu fico emocionado. Certa vez, eu estava viajando e sofri um acidente de carro. Na hora, veio a imagem do Santuário à minha mente, eu frente a frente com Nossa Senhora. Tenho plena convicção que foi isso que me salvou”, disse.

O vendedor de esculturas é figura conhecida pelos moradores do Morro. “Morar ao lado do Santuário, pra mim, é uma das minhas maiores riquezas. Se depender de mim, eu nunca vou me mudar daqui. A simplicidade dessa área me encanta todos os dias. Você sente uma brisa gostosa por estar aqui no alto, se sente acolhido pelo companheirismo da população e, o melhor de tudo, protegido pela presença da Imaculada aqui bem pertinho da gente”, comemora.
 
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Sede da cidadania

O Morro da Conceição é sede de muitas ONGs e instituições voltadas para promover a cidadania, com ações de cultura, lazer, esportes e inclusão social. Um belo exemplo é o Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cervac). A unidade situada na Praça da Conceição oferece serviços gratuitos de psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional a crianças, adolescentes e jovens com deficiência e comprometimento neurológico. Em junho, completou 30 anos de fundação, com mais de dez mil atendimentos. As famílias e a comunidade também atuam no serviço junto ao público atendido, com atividades como música (inclusive com CD gravado), dança e artes plásticas, para estimular o processo de reabilitação e inclusão.