Quatro pessoas envolvidas na agressão da funcionária pública Paula Pinheiro Ramos, 37 anos, identificadas pela Polícia Civil de Pernambuco, prestaram depoimento, ontem, na Delegacia do Espinheiro. Além dos suspeitos, funcionários do bar, que estavam no momento em que a servidora foi agredida, também foram ouvidos. O delegado Breno Maia está a frente das investigações. A Polícia Civil não divulgou o que acontecerá com os envolvidos e nem o que eles disseram durante o depoimento. Após analisar o processo o delegado vai encaminhar na próxima semana o inquérito à Justiça.

A vítima foi espancada no bar O Pioneiro da Fava, em Cajueiro, Zona Norte do Recife. Ela estava assistindo ao resultado da apuração das eleições no dia 7 de outubro quando, segundo relatos de amigos teria sido agredida por apoiadores do candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro.

No momento da agressão, Paula Pinheiro usava bottons do movimento # Ele Não e adesivos do candidato Ciro Gomes (PDT). Ela estava sozinha na mesa e foi socorrida pelos garçons que a esconderam na cozinha. A divulgação do espancamento foi relatado apenas três dias depois do ocorrido pelas redes sociais de amigos da vítima.

Um laudo médico divulgado pela produtora depois do espancamento mostrou que  a vítima teve o pulso quebrado e diversas outras lesões pelo corpo: fratura em terço distal do rádio direito, hematoma periorbital esquerdo, múltiplos hematomas distribuídos pelo crânio, principalmente em região frontal e couro cabeludo, além de hematomas no braço esquerdo.

Na última quarta-feira, Paula Pinheiro Ramos teve alta do hospital em que estava desde a violência sofrida. Ela prestou depoimento na delegacia e, segundo amigos, estava em estava em choque por tudo que aconteceu. Erica Santos, a produtora que denunciou o caso também sofreu bombardeamento nas redes sociais. Algumas pessoas disseram que ela estava mentindo e a atacaram virtualmente.