Policial que matou amigo já está solto Passeio na praia de Gaibu termina com um morto e um ferido após briga entre duas famílias amigas

Publicação: 23/10/2018 03:00

O policial militar Renato Silva de Carvalho, 35 anos, ficou menos de 24h preso após matar um homem e ferir outro, nos Torrões. Ele teve a liberdade provisória concedida ontem pela Justiça em audiência de custódia no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra. O crime ocorreu domingo à noite no retorno de um piquenique na Praia de Gaibu, no Cabo de Santo Agostinho. Depois de um desentendimento, o soldado atirou contra o lanterneiro Pedro José Diogo, 47 anos, que morreu no local. Balas também atingiram José Francisco Bezerra Filho, 30 anos.

De acordo com testemunhas, a confusão teria ocorrido entre a filha da vítima e a esposa do policial. A mulher do militar teria ido até a casa da família buscar a arma do marido e entregue a ele. Ainda segundo os relatos de vizinhos, a vítima estava desarmada e tentava amenizar a situação. Com a arma nas mãos, Renato Silva, segundo uma das versões, teria atirado várias vezes contra o lanterneiro, atingido por duas balas. Após os disparos, populares agrediram o policial, resgatado e preso em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio. A princípio, Renato Silva foi levado para o Hospital da Polícia Militar, no Derby.

Em nota, a PM informou que o soldado telefonou para o 190, acionando uma equipe da corporação que após socorrê-lo o encaminhou para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi autuado. Segundo a Polícia Civil, se for comprovado envolvimento da esposa do militar com o crime, ela poderá também ser indiciada.

Baleado, José Francisco Bezerra Filho, que também havia ido ao piquenique com a família, seguiu para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões, sendo transferido posteriormente para o Hospital da Restauração. O paciente passou por cirurgia e o seu estado de saúde era considerado estável ontem, segundo o hospital.  Na sentença, o juiz à frente da audiência de custódia condicionou a liberdade provisória de Renato ao respeito a algumas medidas cautelares. O policial terá que comparecer em juízo a cada dois meses, além de ser proibido de manter contato com os familiares do lanterneiro morto e com a vítima baleada, de não frequentar bares e estabelecimentos similares e de ir ao local onde ocorreu o crime.

Ainda conforme a sentença, a prisão preventiva do soldado não foi decretada porque o próprio acusado acionou a polícia, não fugiu e não resistiu à prisão. E ainda considerou o fato de que o policial “foi cercado por vários populares, realizou tiro de advertência para, em seguida, efetuar dois disparos para, aparentemente, se defender”.