ENEM » Inep pode anular mais questões

Publicação: 15/11/2018 09:00

Depois de o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anular uma questão da prova de matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2018 por ela ter sido aplicada em 2013 no vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), um professor de Fortaleza (CE) identificou outra questão que já apareceu em outro processo seletivo. Desta vez, a semelhança foi percebida entre o quesito 127 (prova azul) da prova de biologia e um item que estava na seleção 2015.2 da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), de Minas Gerais. De acordo com o professor Davis Posso, do cursinho online Fábrica D, as questões têm 80% de similitude.

Ele usou o software CopySpider para indicar a possibilidade de cópias indevidas (plágio) entre documentos. O método se apoia em pesquisas internacionais sobre os temas antiplágio e semelhança de documentos. Quando o CopySpider encontra um conjunto comum de 3% ou mais de trechos raros, baseando-se em pesquisas internacionais, conclui-se que é grande a chance do conteúdo dos documentos terem cópias, o que pode ser interpretado posteriormente como plágio. No caso da comparação entre a questão do Enem e da UFU com semelhança de 80%. 

O que difere as questões é a existência de uma imagem antes do gráfico referente a eletroforese e as alternativas de resposta, pois faz referência a uma segunda espécie S2. No Enem, a resposta é a letra E (dp5) e na questão da UFU é o item A (dp2). O gabarito oficial do Enem 2018 foi divulgado ontem pelo Inep. “Não divulguei a descoberta antes da divulgação do gabarito, pois eu estava fazendo checagens profundas. A questão da UFU pode ser facilmente encontrada na internet e em bancos de exercícios. Se um professor a aplicou na véspera do exame, por exemplo, seus alunos foram beneficiados. Além de isso gerar uma falta de isonomia, compromete o ineditismo exigido no Enem”, afirmou. 

O Diario de Pernambuco foi o único jornal do país a publicar a suspeita de plágio, identificada pelo professor Fernando Beltrão, o Fernandinho do Recife. Ele constatou que uma questão da prova de matemática  havia sido aplicada no vestibular da UFPR. A questão foi anulada pelo Inep.