A comemoração dos 75 anos da criação da Quarta Frota dos Estados Unidos é motivo de eventos no Porto de Suape, em Ipojuca, e no Recife, onde ela foi estabelecida em 1943. Ontem, no porto, o destróier USS Ramage abriu as portas para a visita de alguns grupos, incluindo um da Escola de Aprendizes-Marinheiros de Pernambuco (EAMPE), em Olinda. Na Avenida Guararapes, no Centro do Recife, uma placa foi afixada no imóvel 131, onde funcionou o quartel general da frota, criada para proteger as rotas comerciais e os países aliados de ataques, no Oceano Atlântico, promovidos pelas forças do Eixo, especialmente pelos submarinos alemães. 

Construído em 1992, o USS Ramage é um destróier de míssil teleguiado da Marinha Americana, tendo passado por atualização tecnológica. Durante a visita, os aprendizes-marinheiros, embora com algumas perguntas não respondidas, conheceram sobre a rotina da embarcação de 8.300 toneladas, que inclui duas academias, e o envolvimento de toda a tripulação na manutenção, segundo as especialidades de cada integrante. O destróier, de passagem por Suape para reabastecimento, é batizado com o nome do vice-almirante Lawson P. Ramage, comandante de submarino que atuou na Segunda Guerra Mundial.

O cônsul geral dos Estados Unidos no Recife, Johh Barrett, lembrou que a Quarta Frota foi criada em 1943 depois do ataque à base norte-americana de Pearl Harbor, efetuado pela Marinha Imperial Japonesa, na manhã de 7 de dezembro de 1941. “O Brasil, que era neutro, foi incentivado a colaborar”, disse ele, referindo-se ao “afundamento de embarcações na costa brasileira por alemães, que pretendiam interromper as rotas comerciais”.

Em meio às comemorações dos 75 anos da criação da Quarta Frota dos Estados Unidos, tripulantes do USS Ramage também participam de ações sociais. Entre elas, a limpeza de praia e apoio a um projeto de campo de futebol de areia em Brasília Teimosa, no Recife, numa parceria com a ONG Lovefutbol e o Projeto Driblando o Crack. Questionado quanto às mudanças no cenário político nacional no Brasil, o cônsul geral preferiu destacar que os Estados Unidos estão sempre dispostos a aprofundar o relacionamento com o Brasil.

Em específico ao governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro, John Barrett, em entrevista durante a recepção dos visitantes do destróier, disse que “os Estados Unidos estão muito entusiasmados para trabalhar com a nova administração. Não só no campo comercial, mas na área cultural e militar, em todos os assuntos”.