Arruando no ritmo do frevo

Publicação: 10/12/2018 03:00

O projeto Arruando, que desde agosto leva quinzenalmente o frevo para a Praça do Marco Zero, encerrou ontem as apresentações de 2018 homenageando o compositor de frevo Nelson Ferreira e o historiador Leonardo Dantas. De acordo com o diretor artístico e vocalista da Orquestra Arruando, Nilo Otaviano, se estivesse vivo, ontem Nelson teria completado 116 anos, enquanto Leonardo Dantas, também nascido no dia 9 de dezembro, comemorou ontem 73 anos de idade. No repertório, mais de 50 canções de frevo em três horas de show, a maioria de autoria de Ferreira, animaram a tarde do domingo no Bairro do Recife.

“Nelson Ferreira é o maior nome no que se refere ao frevo, tanto como compositor quanto como diretor musical de rádio e da produtora Rozenblit Fábrica de Discos. Leonardo não fica atrás. Como gestor da Secretaria de Educação e Cultura mandou catalogar e criar um método de dança do frevo por Nascimento dos Passos e Coruja, além de colocar para ser ensinado nas escolas públicas do Recife. Foi criador da Fundação de Cultura do Recife e como presidente do órgão, inaugurou a Frevioca, a Frevança e o Baile da Saudade. Também produziu dezenas de discos sobre frevo e é o autor que mais escreve sobre a história desse ritmo pernambucano”, justificou Nilo Otaviano. O Caboclinhos Canindé de Camaragibe foi a agremiação convidada de ontem.

Por ser a última edição da temporada 2018 das apresentações gratuitas no Marco Zero, a Orquestra Arruando fez um tributo também a outras personalidades do frevo aniversariantes do mês de dezembro. Ele citou Levino Ferreira, Maestro Duda, Felinho, Luiz Guimarães e Nascimento dos Passos. O público pôde ouvir clássicos como Evocação Nº1 (Nelson Ferreira), Dedé (Nelson Ferreira), Hino de Batutas (João Santiago), Frevo de Saudade (Nelson Ferreira e Aldemar Paiva), Bloco do Prazer (Fausto Nilo e Moraes Moreira), Chuva de Sombrinhas (Nena Queiroga, André Rio e Beto Leal), entre outras canções de compositores antigos como Capiba e Edgard Moraes e da atual safra do frevo.

Durante a apresentação da orquestra, passistas de frevo distribuíram sombrinhas de frevo e ofertaram um aulão sobre os passos desse ritmo genuinamente pernambucano, sobretudo para crianças e turistas. O carteiro Carlos Alberto de Oliveira, 65 anos, vai ao Bairro do Recife quase todos os domingos, mas disse que ainda não tinha tido o privilégio de ver a apresentação da Orquestra Arruando. “É uma atividade cultural que está promovendo o frevo. Amo o Carnaval e acho muito bom divulgar o frevo em outros períodos do ano”, afirmou Carlos.