Réus devem começar a ser interrogados hoje

Publicação: 11/12/2018 09:00

Hoje pela manhã, a expectativa é de que, com a dispensa das testemunhas de defesa, tenha início o interrogatório dos réus. A fase seguinte é a de debates orais, em que acusação e defesa apresentam seus argumentos. Cada lado terá até duas horas e meia para tentar convencer os jurados. Em seguida, começam a réplica e a tréplica, que garantem mais duas horas para cada. Os jurados, então, são isolados numa sala. A decisão pela absolvição ou condenação dos réus é tomada por maioria simples e a votação tem caráter sigiloso.

A princípio, o julgamento iria se alongar por cinco dias, mas a expectativa é de que a audiência se encerre amanhã, já que a juíza Inês Maria de Albuquerque Alves deferiu o pedido feito pela defesa de Cláudio, para não exibir as mídias da fase de pronúncia e a defesa de Jailson dispensou as três testemunhas que havia convocado.

Além dos réus Cláudio Amaro Gomes e Jaílson Duarte César, estiveram envolvidos também no homicídio do médico Artur Eugênio Flávio Braz, morto numa troca de tiros com Polícia Militar em fevereiro de 2015, Cláudio Amaro Gomes Júnior e Lyferson Barbosa da Silva. Os dois últimos foram a júri popular em setembro de 2016, quando foram condenados a 34 anos e quatro meses de reclusão e 26 anos e quatro meses de reclusão, respectivamente.

Artur foi executado com tiros na cabeça e nas costas na noite do dia 12 de maio no ano de 2014, às margens da BR-101, próximo a Comportas, em Jaboatão dos Guararapes. A vítima foi seguida desde o local de trabalho e abordado quando chegava à sua residência, sendo levado ao local onde foi morto. O carro dele foi incendiado na mesma estrada, já no Recife. Artur e Claudio eram cirurgiões torácicos e trabalharam juntos, até Artur descobrir irregularidades cometidas por Cláudio em procedimentos cirúrgicos no Hospital das Clínicas, passando a ser perseguido, situação que se complicou quando Artur passou a se destacar no cenário médico pernambucano.

“É uma dor muito grande, mas confiamos em Deus, na Justiça da terra que os culpados serão punidos conforme a lei. Imagine você ficar cara a cara com um monstro? Mandar matar meu filho e chorar no caixão. Artur era muito ético, não comentava com ninguém, só falava que não dava para trabalhar com Cláudio porque era desonesto”, comentou o pai de Artur, Alvino Luiz Pereira, de 68 anos.

O filho de Artur completa seis anos nesta semana e pergunta constantemente pelo pai, disse a mãe de Artur, Maria Evane de Azevedo. “Eu só queria ter a oportunidade de perguntar a esse senhor se já amou na vida, se conheceu o amor. Se ele sabia o que é tirar o filho de uma mãe e  deixar um filho sem o pai da maneira que ele deixou o meu neto, que ainda hoje clama pela presença do pai. Clamamos por justiça. Ele não volta, mas acalma o coração da gente saber que houve justiça na terra”, lamentou.