Casos de hanseníase preocupam no estado Apesar da redução de 10,5% nos últimos dois anos, Pernambuco teve mais de dois mil registros em 2018

Publicação: 22/01/2019 09:00

Dados parciais do Ministério da Saúde indicam uma queda de novos registros de hanseníase em Pernambuco quando considerados os dois últimos anos. Em números relativos, uma redução de 10,5%. Os números absolutos apontam que o estado teve 253 casos a menos em 2018 em relação a 2017, ano em que se anotou 2.410. O total do ano passado foi de 2.157 casos. Mesmo assim, a quantidade supera a de 2016, quando se registrou 1.857, e preocupa a Secretaria Estadual de Saúde (SES) que neste mês, chamado de Janeiro Roxo, estimula os municípios a desenvolverem atividades de atenção à hanseníase.

Algumas ações, como a realizada ontem em Paulista, estão sendo desenvolvidas pela secretaria estadual em conjunto com a prefeitura. O município fez uma atividade de diagnóstico e busca ativa na Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Pau Amarelo. Na lista dos 14 municípios pernambucanos com mais de 100 mil habitantes, Paulista aparece na sexta posição em quantidade de diagnósticos. Informações parciais do Datasus, ontem, computavam 51 casos em 2018, apontando para uma queda de 43,3% se comparados 2018 e 2018, quando o município contabilizou 90 registros.

Em registros, Paulista fica atrás do Recife, Petrolina, Jaboatão dos Guararapes e Cabo de Santo Agostinho e Olinda. Exceto o Cabo, as outras três cidades pontuaram reduções nos últimos dois anos. A capital notificou um decréscimo de 26,9%, enquanto Petrolina, 26,5%. As alterações mais acentuadas foram as de Olinda, com uma queda de 47,3% dos casos, e Jaboatão dos Guararapes, com 47,7%. O Cabo seguiu rota contrária entre os municípios com mais de cem mil habitantes, havendo crescimento de 2,1% dos registros. A mesma tendência ocorreu com Garanhuns, saindo de 6 para 7 casos.

A escolha deste mês como o de atenção à hanseníase está relacionada ao dia mundial de luta contra a doença, celebrado sempre no último domingo de janeiro. Neste ano, o dia 27. “O propósito dessas celebrações é aumentar a consciência de que a enfermidade é curável, que as pessoas afetadas e suas famílias têm direitos iguais aos outros, e lembrar que, embora tenha havido períodos de declínio nos casos de hanseníase, nos últimos 20 anos, essa doença ainda se mantém, hoje, afetando nossas populações”, afirmou a coordenadora de Controle da Hanseníase da SES, Monique Lira.

O Brasil ocupa a segunda posição entre os países que registram novos casos de hanseníase no mundo.

Casos de Hanseníase

Pernambuco


2014 - 2.561
2015 - 2.373
2016 - 1.857
2017 - 2.410
2018 - 2.157

Maiores incidências

Recife

2017 - 599
2018 - 438

Petrolina
2017 - 306
2018 - 225

Jaboatão dos Guararapes
2017 - 260
2018 - 225

Cabo de Santo Agostinho
2017 - 145
2018 - 148

Olinda
2017 - 197
2018 - 88

* Os dados de 2018 são parciais