Equipe feminina zera processos no Tribunal Time de profissionais do TJPE vem conseguindo cumprir metas para evitar que as ações se acumulem

Publicação: 23/02/2019 03:00

Saldo zero de processos tem sido uma busca do desembargador Erik Simões, que ingressou no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em 2012. Em sete anos, ele conseguiu montar uma equipe técnica de trabalho que vem se destacando ano após ano. Composto, em sua maioria, por mulheres, o time imprimiu um ritmo próprio de trabalho, no qual as prioridades são o planejamento sistemático das tarefas diárias e o espírito de equipe, sem nenhuma competição entre os integrantes. O mérito e os erros são sempre do time, sem personalizar sucessos ou fracassos.

Em 2018, o acervo de processos na unidade, pendentes de julgamento, foi zerado em nove dos 12 meses do ano. O saldo zero também foi alcançado em metade dos meses de 2017. No exercício anterior, em 2016, a equipe concluiu o ano sem nenhum processo para ser julgado. “Não existem privilégios, disputas nem vaidades. Todas trabalham com o propósito único em prestar a jurisdição de forma justa, célere e com profundidade”, afirmou o magistrado.

Oriundo do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o desembargador procurou reunir um grupo de servidores com experiência e comprometimento, requisitos principais para desempenhar a tarefa de reduzir o acervo. Na época, havia um total de 2.442 processos no gabinete e, com a distribuição regular posterior, chegou-se a uma soma de 6.571 ações julgadas, nos dois anos seguintes. Após reduzir o acervo de processos em 90%, a meta vem se mantendo e nos últimos três anos, não há nenhum processo físico pendente. “Apreciamos apenas os processos distribuídos recentemente, sendo comum terminarmos os meses sem nenhum pendente de análise”, ressaltou o desembargador.

Para alcançar o objetivo, o grupo adotou alguns procedimentos fundamentais com o objetivo de  gerar economia de tempo e evitar o retrabalho. Dividir os processos por matéria; fazer a triagem dos recursos diariamente, agrupando os que possuíam temas repetidos ou similares para serem analisados ao mesmo tempo; e promover um acréscimo na jornada de trabalho. “No início tivemos que ampliar a carga horária e fazer um mutirão para equilibrar as demandas. Estamos mantendo a meta de não acumular processos”, explicou.

A escolha de uma equipe essencialmente feminina não foi por acaso. “Acho que as mulheres são mais dedicadas e detalhistas. Tenho exemplo em casa, da minha esposa que é juíza e das minhas duas filhas. Mas a formação da equipe levou em conta critérios técnicos”, afirmou o magistrado. Na equipe formada de dez profissionais há também um homem, que já fazia parte do quadro de servidores. “Tive muita sorte em reunir profissionais estudiosos, competentes, trabalhadores, honestos e compromissados”, revelou o desembargador.

UNIÃO
A analista judiciária Patrícia Araruna, uma das primeiras a entrar para o grupo, faz questão de ressaltar o espírito de colaboração adotado por todos. “Apesar do objetivo inicial, que era diminuir a quantidade de processos, o desembargador sempre nos aconselhou a pensar em cada processo como uma história de vida. E para isso sempre buscou manter a união da equipe, sem incentivar a competição interna entre os colegas e evitando qualquer tipo de privilégio. Dessa forma, conseguimos executar um trabalho eficiente, inclusive com o apoio da secretaria, que é fundamental para alcançarmos essa meta”, destacou.