482 ANOS DO RECIFE » Boi voa para celebrar aniversário

Publicação: 18/03/2019 09:00

Um boi “voou” na noite do Recife. Quem passou pelo Marco Zero teve oportunidade de ver a cena se repetindo quase quatro séculos depois do famoso episódio promovido pelo conde Maurício de Nassau na época do Brasil Holandês. Desta vez, coube a atores e atrizes recriarem o ambiente da Cidade Maurícia do século 17, no evento que fechou as comemorações dos 482 anos da capital.

O boi cenográfico foi alçado sobre uma ponte também cênica que representou a primeira passagem sobre o Capibariibe – a Ponte do Recife, atual Ponte Maurício de Nassau -, construída pelo alemão que administrou o Nordeste a serviço da Companhia das Índias Ocidentais.

Para marcar a instalação da ponte, o conde prometeu que faria um boi voar sobre ela. Cumpriu sua palavra, pagando a encenação com o próprio dinheiro, e usando um animal empalhado, cordas e roldanas. Como também tinha despendido recursos de seu bolso para completar a ponte, Nassau teve a ideia de cobrar pedágio de quem quisesse ver o tal boi voador, no objetivo de recuperar o investimento.

Ontem, 50 artistas interpretaram o texto escrito por José Pimentel e Ruy Aguiar, se dividindo entre dois palcos e as sacadas dos edifícios históricos localizados no Marco Zero. A cada ato, o elenco se deslocava de um lugar para o outro, permitindo a quem estava na plateia assistir a um espetáculo mais interativo.

O arquiteto Gabriel Lins ressaltou a importância de o evento ocupar um espaço aberto, utilizando o próprio Recife para remontar a história da cidade. Michelly Cristovam, que é filha de dois atores, foi com os pais e uma amiga assistir á encenação. “Esses espetáculos servem para mostrar a cultura do Recife, fazendo a população lembrar e ter orgulho da nossa história”, comentou.

E foi da janela do edifício sede da Associação Comercial de Pernambuco que o boi alçou voou e encantou centenas de olhares curiosos. Enquanto o elenco cantava, chamando o “boi manso”, o bovino saiu todo iluminado e colorido, deixando os recifenses do século 21 em êxtase.