DNA poderá identificar assassinos Perícia criminal vai comparar materiais genéticos encontrados no parque aquático onde empresário foi morto, em Aldeia, e nos carros usados no crime

Publicação: 24/04/2019 03:00

Amostras de DNA coletadas no Parque Aquático Águas Finas e em dois carros localizados pela Polícia Civil serão comparadas para esclarecer a invasão à propriedade situada no quilômetro 17 da Estrada de Aldeia, em Paudalho. A ação, que envolveu pelo menos 15 bandidos armados de fuzis, metralhadoras, espingardas e pistolas terminou com um tiroteio e a morte de Mário Cavalcanti Gouveia Júnior, 79, dono do parque formado por cinco piscinas, um açude e oito bicas numa área de Mata Atlântica.

O local foi violado ontem, por volta de 2h, quando os assaltantes encapuzados chegaram atirando. De acordo com uma testemunha, a ação teria durado meia hora. Os homens se identificaram como policiais e usavam coletes.

“O vigilante demorou a abrir. Uns cinco homens pularam o portão e tomaram a chave. Seguiram para a casa do piloto do helicóptero de Mário e ficaram por 10 minutos. Depois, voltaram com o piloto e a mulher dele rendidos e foram à casa de Mário”, relatou. Uma troca de tiros teve início e outros dois veículos chegaram ao local com aproximadamente 10 pessoas. Os criminosos levaram nove armas de fogo da coleção de Mário e um baú possivelmente com dinheiro.

O piloto Rodrigo Nogueira, que mora ao lado da residência onde o crime aconteceu, contou à polícia que Mário reagiu ao assalto e levou vários tiros. Em frente à casa do empresário, foram localizados cartuchos de fuzil. “Ele morreu lutando, protegendo a família e o patrimônio. Trocou bala por uns dez minutos com uns 15 homens armados”, descreveu. O helicóptero chegou a ser usado para socorrer o empresário, que foi levado ao Real Hospital Português, no Recife, mas não resistiu.

Uma equipe do Instituto de Criminalística (IC) realizou perícias por mais de dez horas para levantar pistas sobre os suspeitos. Policiais do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) Divisão Norte, coordenados pelo delegado Daniel Lira, investigam a motivação e tentam identificar os responsáveis. A mansão e a área externa do terreno têm câmeras de segurança com visão noturna. O local é considerado uma fortaleza e, por isso, há suspeita de que os envolvidos conhecessem a segurança e os detalhes da propriedade ou estudaram a rotina e arquitetura do local.

Imagens do videomonitoramento e os depoimentos dos seguranças – principais testemunhas do crime – ajudarão nas investigações. “É um trabalho minucioso e complexo, realizado por profissionais de várias especialidades e composto de depoimentos, exames, perícias, buscas, cruzamento de informações, entre outros elementos”, informou a Polícia Civil, em nota.

Policiais militares do 20º Batalhão foram acionados às 2h28 e duas viaturas seguiram para o local do crime. Para dificultar o acesso dos policiais, os suspeitos montaram barricadas com árvores derrubadas e pregos na estrada que dá acesso ao balneário. “O policiamento deu início às diligências para capturar os suspeitos. Os 17º BPM, 11º BPM e 2º BPM também estão mobilizados para patrulhar as rotas de fuga, que contam ainda com o apoio de um helicóptero do Grupamento Tático Aéreo da Secretaria de Defesa Social (SDS)”, informou a PM. Até fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido preso.