Mais uma mulher queimada no Recife Moradora da Zona Norte foi atacada com material corrosivo ao voltar para casa e está internada no Hospital da Restauração. É o segundo caso em 15 dias

Publicação: 18/07/2019 03:00

Mais uma mulher foi agredida com líquido corrosivo no Recife. Sandra Maria do Nascimento, 28, foi atingida no momento em que estava voltando do trabalho para casa, por volta das 12h30 de ontem.  Esse é o segundo caso ocorrido na cidade em menos de 15 dias.

De acordo com a vítima, ela estava passando pela Rua Vasco da Gama, próximo à Subida Anhangá, quando dois homens encapuzados em uma moto pararam e jogaram um líquido que atingiu sua nuca, costas e tronco. Ela foi levada para o Hospital da Restauração (HR). Uma perícia irá apontar qual substância foi jogada em Sandra.

De acordo com o delegado Diego Acioly, a mulher estava voltando para casa depois do trabalho quando foi abordada. “Os dois estavam de capuz e não disseram nada. O passageiro se aproximou e jogou o líquido. Sandra se virou e foi atingida no pescoço, tórax e costas. Como já era perto da casa dela, alguns vizinhos se aproximaram e a socorreram”, afirmou o delegado.

A polícia não descarta nenhuma motivação. Há cerca de 15 dias, Sandra teria sofrido um assalto na mesma localidade. “Ela disse que um homem se aproximou, bateu nela e roubou o celular. O aparelho apareceu dois dias depois, na porta da casa dela, com um bilhete com uma ameaça de morte”, detalhou Diego Acioly.

Sandra, que é funcionária de uma escola, estava separada do marido há dois aos e teria dado entrada no pedido de divórcio recentemente. “Há boatos de que ele não aceitaria o fim do relacionamento, mas não há provas por enquanto de que esse ex-marido tenha envolvimento no caso. Inclusive, Sandra não reconhece a presença dele nessa empreitada. Não existe nada no momento fazendo essa vinculação, apenas suposições”, acrescentou o delegado.

Ainda não é possível apontar a autoria ou a motivação. Em depoimento, Sandra teria dito à polícia que o rapaz que teria roubado o celular dela não é nenhum dos dois que jogaram o líquido corrosivo ontem. Por enquanto, o caso está sendo tratado como tentativa de homicídio e é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob o comando do delegado Roberto Lobo.

Caso Mayara
No último dia 4, Mayara Estefanny Araújo, 19 anos, foi agredida com ácido sulfúrico pelo ex-companheiro William César dos Santos Júnior, 27, e um amigo dele, identificado como Paulo Henrique Vieira dos Santos, 23. Eles foram presos e indiciados por tentativa de feminicídio.

Um boletim médico emitido ontem pela equipe do HR informou que Mayara segue em estado grave na UTI da unidade, mas tem boa evolução clínica. Apresenta bom nível de consciência quando retirada a sedação e seus tecidos lesionados têm cicatrização satisfatória.

“Deverá ser submetida a uma traqueostomia nos próximos dias para melhor recuperação das vias aéreas superiores. A equipe da Fundação Altino Ventura fará nova avaliação na tentativa de reverter os danos causados na retina da paciente”, diz o boletim. Mayara, que trabalha como atendente de uma lanchonete, e estava separada há cerca de três meses de William, que não aceitava o fim do relacionamento. O casal viveu junto durante quatro anos e tinha um filho, mas Mayara sempre sofreu violência doméstica, motivo pelo qual prestou três queixas contra o ex-companheiro, que foi alvo de uma medida de restrição que o obrigava a se manter afastado dela.