Um ato em nome da Justiça Protesto pela morte da estudante Alessandra Tamyris atropelada na calçada por um motociclista

Publicação: 24/08/2019 03:00

Familiares, amigos e até desconhecidos da estudante de odontologia Alessandra Tamyris Tristão Santos, 23 anos, se reuniram na tarde desta sexta-feira, na Avenida Conde da Boa Vista, para protestar e pedir punição pelo atropelamento que a matou. Com cartazes na mão e flores, eles reinvindicaram que as testemunhas do caso sejam ouvidas e o motorista responsável pela morte seja punido.

Alessandra Tamyris morreu no  ultimo dia 16, quando foi atropelada por um motociclista enquanto caminhava com a mãe na calçada da Avenida Conde da Boa Vista. Muito abalada, a mãe da estudante, a comerciante Sandra Tristão, 44 anos, participou do protesto. Convicta de que o caso não foi um acidente, mas um crime, ela pediu por justiça. “Minha família está despedaçada, mas não se separa. Todo mundo sabe o ser humano que a minha filha foi na Terra, ela não merecia. Não foi um acidente, isso tem que ficar bem claro para as autoridades, para quem pode fazer alguma coisa”, disse, em lágrimas.
 
A indignação da família e amigos é, entre outros motivos, porque o motociclista Marcos André Borges Ferreira, 51 anos, foi liberado após confessar o atropelamento. Ele procurou a delegacia depois que o prazo do flagrante já havia encerrado, na última terça-feira.  No depoimento ele disse ter sofrido um mal súbito. O laudo da perícia, no entanto, contraria essa versão devido à trajetória que ele percorreu até atingir a vítima.“Estamos aqui com um pedido de justiça, não só por Tamyris, mas por todas as vítimas no trânsito que tiveram suas vidas arrancadas e o caso foi considerado como acidente. Estamos aqui para que o motociclista pague pelo que ele causou. A gente quer que ele responda por homicídio e não por um delito de trânsito”, disse a estudante e prima de Tamyris, Laura Tristão, 21 anos.
 
Cerca de 300 pessoas participaram do protesto, de acordo com os organizadores. Depois de irem ao local do ocorrido, no cruzamento da Conde da Boa Vista com a Rua das Ninfas, o grupo seguiu em caminhada até a Praça do Derby, no Derby, onde deram as mãos e fizeram um círculo em um momento de oração.

FORMATURA

Alessandra Tamyris tinha concluído o curso de odontologia. Ela já havia realizado a colação de grau e faria a festa de formatura na próxima terça-feira. Junto com a mãe, havia ido até o Centro do Recife para comprar um vestido de formatura, no dia do atropelamento. “Ela correu muito atrás desse sonho”, disse a mãe. A dedicação de Tamyris durante a graduação era um discurso uníssono durante o protesto.

“Ela sempre quis fazer odontologia desde criança. Era uma pessoa muito bondosa, estava sempre rindo. Foi muito duro se formar, a gente viu a correria dela. Ela defendeu o TCC agora no começo do ano e colou grau três semanas atrás”, disse Isabela Tristão, prima da vítima.