Outra morte foi confirmada para Influenza

Publicação: 26/03/2020 03:00

Outro óbito, registrado no Hospital Maria Lucinda, no Recife, e cujo atestado circula nas redes sociais, teve resultado laboratorial confirmando para Influenza tipo A, descartando Covid-19. “A emissão do atestado é um ato médico para constatar e atestar a morte. Para haver confirmação do agente causador em casos de síndrome respiratória aguda grave (quando o indivíduo apresenta febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta e dificuldade para respirar), é necessária coleta de material para análise em laboratório”, esclareceu a SES-PE.

Pernambuco registrou, em 2020, 14 óbitos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), incluindo Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B ou bactérias. Nove foram de pessoas com 60 anos ou mais. Entre os casos suspeitos para Covid-19 e que apresentaram a síndrome, apenas um teve resultado laboratorial positivo para coronavírus.

“Alguns relatos têm chegado sobre óbitos suspeitos por síndrome respiratória aguda grave e, consequentemente, para o novo coronavírus. São óbitos suspeitos para a Covid-19, mas não necessariamente significam óbitos confirmados para o vírus. Existem inúmeras causas que podem levar ao óbito nas SRAG. Esta é uma situação nova para os profissionais de saúde e pode levar a confusões ao preencher a certidão de óbito. Nossa recomendação é que, se não houver a confirmação para a Covid-19 em óbitos suspeitos, o profissional qualifique a morte suspeita como SRAG em investigação”, defende André Longo.

“Vale ressaltar que a gripe leva a situações mais graves e ao óbito. Por que falamos tanto da Covid-19 então? Porque essas outras formas já circulam e, ao longo do tempo, parte da população adquiriu imunidade. No caso da Covid-19, a população não tem imunidade e todos estão suscetíveis. Assim, todos podem adoecer. Os sistemas de saúde não suportam o número de casos graves. Além disso, não há vacinação para a Covid”, explicou o chefe do setor de Infectologia do Huoc, Demetrius Montenegro.

Além de não existir vacina, ainda não há medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a Covid-19. Segundo  a OMS, as pessoas infectadas devem receber cuidados para aliviar os sintomas. Pessoas com doenças graves devem ser hospitalizadas. Por outro lado, existe vacina para evitar outras formas de SRAG.

“Essas outras formas já circulam e, ao longo do tempo, parte da população adquiriu imunidade. No caso da Covid-19, a população não tem imunidade e todos estão suscetíveis. Assim, todos podem adoecer”
Demetrius Montenegro, chefe de Infectologia do Huoc