Quadrilhas juninas à moda on-line
Suspensos os festivais de quadrilha, cumprindo os decretos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19, uma das saídas é usar as ferramentas digitais
Ana Carolina Guerra
Especial para o Diario
carolina.guerra@diariodepernambuco.com.br
Publicação: 30/05/2020 03:00
A chegada das festividades tradicionais tão aguardadas no período junino será celebrada de forma diferente neste ano. Devido à pandemia do novo coronavírus, o São João de 2020 terá adaptações. Para aqueles que curtem as festas de grandes produções ou o tradicional forró pé de serra, as atrações presenciais serão trocadas por lives transmitidas através de plataformas digitais. Mas, entre tantas características desta época, os festivais de quadrilha junina foram suspensos cumprindo os decretos sanitários para evitar a disseminação da Covid-19.
A quadrilha Dona Matuta, do bairro de San Martin, Zona Oeste do Recife, foi a grande campeã estadual do Festival de Quadrilhas Juninas da Globo no ano passado, e comemorou o pentacampeonato trazendo o tema Nordeste Independente. Há 14 anos se apresentando, a equipe não contava com o momento de isolamento e o vazio das quadras durante o período de competições.
“Para quem é quadrilheiro de verdade é uma situação complicada porque nossa preparação começa um ano antes. Sabemos que é uma decisão difícil, mas não foi algo que aconteceu só com a gente, então precisamos ter compreensão em relação a tudo que está acontecendo”, contou George Araújo, um dos fundadores da Dona Matuta. Apesar da suspensão das apresentações presenciais, a equipe resolveu se adequar ao período de isolamento, e exibir um pouco do que seria o espetáculo em 2020 por meios digitais.
“Queremos mostrar ao público como seria a apresentação da Dona Matuta este ano. Nós já tínhamos produzido muitas coisas. Mas, para que nem tudo seja perdido, nós disponibilizaremos uma sequência de vídeos no canal da Dona Matuta no YouTube, a partir deste final de semana, que mostrará como foi o desenho dos figurinos, a escolha do tema, cenário e toda a produção que aconteceu até o mês de março, quando foi decretado o isolamento. Não manteremos o tema porque em 2021 a Dona Matuta completa 15 anos, será uma apresentação mais pessoal”, informou George.
O atual diretor, George também explicou a importância das apresentações e das mudanças que a quadrilha trouxe em sua vida.“Minhas duas filhas nasceram nos anos em que fomos bicampeões e tricampeões estaduais. Isso me marcou muito. Para muitos de nós, o São João é uma válvula de escape e a quadrilha acaba se tornando um sentimento coletivo, de família. Muitas pessoas perderam os empregos, familiares e passaram necessidade durante este momento que estamos vivendo, então não podíamos relutar para comemorar o São João diante desta situação”, desabafou.
A estudante de direito Hosana Ferreira, de 23 anos, desfila pela quadrilha desde 2009 e conta que a relação com a Dona Matuta vai além do profissionalismo. “Falar da Dona Matuta, pra mim, não é só falar de uma quadrilha, e sim de uma família. Eu chego nos ensaios e me sinto bem, me sinto acolhida. São anos e anos de alegria, de choro, muito trabalho, momentos dolorosos de perdas de componentes, mas que encontramos forças para superar tudo isso. A Dona Matuta é uma quadrilha de uma garra incrível, com componentes que têm uma fé muito grande e estão sempre dispostos a ajudar”, relatou.
Com a ausência dos festivais, Hosana confessou que o sentimento é de uma “dor nova”. “Nesse tempo de pandemia estamos sentindo muito. Costumamos dizer que é uma dor nova, pois não é aquela dor que sentimos quando escolhemos não dançar e chegar na arquibancada para ver a quadrilha, sentir um misto de emoção que é chorar por não estar dançando e feliz porque a quadrilha está no arraial. É uma dor onde não podemos ir ao ensaio, fazer nossas confecções. É um sentimento que, na verdade, não sei explicar, estamos proibidos por conta de um vírus”, desabafou.
Para os admiradores de quadrilha, em 2021 a Dona Matuta promete uma grande apresentação. E quem quiser se tornar um membro da equipe precisa preencher os requisitos básicos de todo “matuteiro”. “Para participar da Dona Matuta não precisa ser bom dançarino, mas precisa ter disposição, força de vontade e dar o melhor de si. Precisa colocar todo o sentimento no que gosta”, disse George Araújo.
A quadrilha Dona Matuta, do bairro de San Martin, Zona Oeste do Recife, foi a grande campeã estadual do Festival de Quadrilhas Juninas da Globo no ano passado, e comemorou o pentacampeonato trazendo o tema Nordeste Independente. Há 14 anos se apresentando, a equipe não contava com o momento de isolamento e o vazio das quadras durante o período de competições.
“Para quem é quadrilheiro de verdade é uma situação complicada porque nossa preparação começa um ano antes. Sabemos que é uma decisão difícil, mas não foi algo que aconteceu só com a gente, então precisamos ter compreensão em relação a tudo que está acontecendo”, contou George Araújo, um dos fundadores da Dona Matuta. Apesar da suspensão das apresentações presenciais, a equipe resolveu se adequar ao período de isolamento, e exibir um pouco do que seria o espetáculo em 2020 por meios digitais.
“Queremos mostrar ao público como seria a apresentação da Dona Matuta este ano. Nós já tínhamos produzido muitas coisas. Mas, para que nem tudo seja perdido, nós disponibilizaremos uma sequência de vídeos no canal da Dona Matuta no YouTube, a partir deste final de semana, que mostrará como foi o desenho dos figurinos, a escolha do tema, cenário e toda a produção que aconteceu até o mês de março, quando foi decretado o isolamento. Não manteremos o tema porque em 2021 a Dona Matuta completa 15 anos, será uma apresentação mais pessoal”, informou George.
O atual diretor, George também explicou a importância das apresentações e das mudanças que a quadrilha trouxe em sua vida.“Minhas duas filhas nasceram nos anos em que fomos bicampeões e tricampeões estaduais. Isso me marcou muito. Para muitos de nós, o São João é uma válvula de escape e a quadrilha acaba se tornando um sentimento coletivo, de família. Muitas pessoas perderam os empregos, familiares e passaram necessidade durante este momento que estamos vivendo, então não podíamos relutar para comemorar o São João diante desta situação”, desabafou.
A estudante de direito Hosana Ferreira, de 23 anos, desfila pela quadrilha desde 2009 e conta que a relação com a Dona Matuta vai além do profissionalismo. “Falar da Dona Matuta, pra mim, não é só falar de uma quadrilha, e sim de uma família. Eu chego nos ensaios e me sinto bem, me sinto acolhida. São anos e anos de alegria, de choro, muito trabalho, momentos dolorosos de perdas de componentes, mas que encontramos forças para superar tudo isso. A Dona Matuta é uma quadrilha de uma garra incrível, com componentes que têm uma fé muito grande e estão sempre dispostos a ajudar”, relatou.
Com a ausência dos festivais, Hosana confessou que o sentimento é de uma “dor nova”. “Nesse tempo de pandemia estamos sentindo muito. Costumamos dizer que é uma dor nova, pois não é aquela dor que sentimos quando escolhemos não dançar e chegar na arquibancada para ver a quadrilha, sentir um misto de emoção que é chorar por não estar dançando e feliz porque a quadrilha está no arraial. É uma dor onde não podemos ir ao ensaio, fazer nossas confecções. É um sentimento que, na verdade, não sei explicar, estamos proibidos por conta de um vírus”, desabafou.
Para os admiradores de quadrilha, em 2021 a Dona Matuta promete uma grande apresentação. E quem quiser se tornar um membro da equipe precisa preencher os requisitos básicos de todo “matuteiro”. “Para participar da Dona Matuta não precisa ser bom dançarino, mas precisa ter disposição, força de vontade e dar o melhor de si. Precisa colocar todo o sentimento no que gosta”, disse George Araújo.