OLINDA » Com 500 casos, Rio Doce recebe testagem rápida

Publicação: 02/07/2020 07:00

O bairro de Rio Doce, em Olinda, iniciou ontem a testagem rápida para a Covid-19, no Posto de Saúde da comunidade do Beco da Marinete. Dos 30 testes acompanhados pela reportagem, quatro deram positivo. Na ocasião também foram distribuídas máscaras de tecido.

A ação da Prefeitura da Olinda visa conter o avanço do novo coronavírus no município e já foi realizada em 20 bairros ao longo do mês de junho. Rio Doce tem atualmente 500 casos confirmados e 26 óbitos. Olinda soma 3.645 pessoas infectadas, sendo 2.121 leves e 1.524 indicando síndrome respiratória aguda grave, e 225 óbitos.

O exame foi feito dentro de um ônibus, estacionado em frente ao posto de saúde. Antes da testagem, é realizado um cadastro e uma triagem que prioriza as pessoas que apresentaram no último mês alguns dos sintomas da Covid-19 ou têm familiares contaminados. “Eu tive tosse, olho coçando, ânsia de vômito e dor de cabeça há umas duas semanas. Já estou boa, mas quero saber se eu tive, né?”, explica Gilene Figueiredo, de 54 anos. Ela foi acompanhada da neta, Lucivanir da Silva, de 15 anos. “Eu tive cansaço e febre. Se o dela der positivo, eu vou fazer também”, afirma a adolescente. As duas testaram positivo.

A dona de casa Anatilde Cabral, de 60 anos, aproveitou a oportunidade e foi fazer seu exame. “Algumas pessoas da minha família estão com essa doença. Eu não tenho sintomas, mas sou do grupo de risco. É capaz de pegar e morrer, né? Preciso saber”, explica Anatilde, que é idosa e hipertensa. O exame deu negativo.

O teste rápido sorológico detecta apenas a presença de anticorpos para o novo coronavírus no sangue da pessoa. Para analisar a presença, o profissional deve coletar uma amostra de sangue da pessoa que será testada, a partir de um furo na ponta do dedo. Um problema é a pouca sensibilidade do teste. Se uma pessoa contraiu a Covid-19, mas produziu uma pequena quantidade de anticorpos, por exemplo, o exame pode não detectar.

De acordo com o Ministério da Saúde, os testes rápidos podem apresentar até 75% de erro, sendo mais provável detectar um diagnóstico positivo do que negativo. E, por isso, há muitos falsos negativos. Ainda segundo o órgão, essa modalidade de testagem é indicada para uso na população em geral, para analisar a chamada “imunidade de rebanho”, por meio da identificação de pessoas que tiveram um contato prévio ao vírus e que desenvolveram anticorpos “protetores” do tipo IgG.

Para evitar aglomerações, a unidade móvel chega de surpresa nos bairros, sem aviso prévio. A estratégia, segundo a Secretária Executiva de Atenção e Vigilância em Saúde Emília Gonzalez, é também extrair um diagnóstico da situação da região.