DECRETO » Feirinha de Boa Viagem reabre após quatro meses

Ana Carolina Guerra
Especial para o Diario
carol.guerra@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 16/07/2020 06:30

Os corredores estreitos formados pelas filas de barracas da tradicional Feirinha de Boa Viagem ainda estavam vazios ontem, um dia antes da reabertura do local do comércio na orla, conforme decreto estadual. Apenas três vendedores se anteciparam na manhã de ontem para limpar e organizar as barracas de um dos pontos turísticos mais conhecidos da capital fechado há quatro meses. O comércio na orla do bairro funcionará com horário reduzido. Para os vendedores, artesãos e clientes, a Feirinha estará aberta das 15h às 20h.

Apesar da tão aguardada retomada, os vendedores ainda estão apreensivos quanto ao movimento do público no local. Para Rosimery Freitas, de 42 anos, o período de quatro meses sem a renda foi difícil, mas a artesã contou com a ajuda da mãe, que é aposentada, para superar os obstáculos causados pela pandemia do novo coronavírus.

“Eu vim hoje para ver como a minha barraca estava, faz meses que eu não venho aqui. Passei esse tempo todo vivendo com ajuda da minha mãe, que sustentou a mim e a minha filha de 12 anos. Amanhã nós abriremos mas não sabemos como vai ser, se os clientes virão. Eu estou apreensiva”, desabafou.

Estácio Manuel, de 63 anos, já estava varrendo a calçada da sua barraca na véspera da reabertura. As roupas masculinas passaram a ocupar os espaços vazios da tenda, e colorir a calçada da Pracinha de Boa Viagem.

“Desde ontem que eu venho aqui organizar as minhas coisas. Tive que fazer uma nova ligação de energia, tirar a poeira da lona e agora estou varrendo a calçada. No início não vai ser fácil, nós já estamos preparados para isso porque a maioria da nossa clientela é de turista. Mas, a esta altura, é melhor abrir do que permanecer fechado e vamos ver no que vai dar”, explicou.

A artesã Juraci Lopes, 69, estava otimista para a reabertura e informou que a partir de agora, a relação com os clientes terá que manter uma distância’. “Nós vamos trabalhar com plásticos envolvendo as barracas, o cliente vai ficar a uma distância  de dois metros e também não poderá provar as roupas. Sabemos que não será fácil com todas essas restrições e sem os turistas, eu estou contando mais com os clientes que moram aqui em Boa Viagem. Eu estou esperando tudo de bom, é só o que podemos pedir”, contou.

Para os vendedores de comidas típicas da feirinha, a espera vai ser um pouco maior. A venda de alimentos só será permitida no local a partir da próxima segunda-feira, seguindo os protocolos do governo para estabelecimentos como bares e restaurantes.