Linchamento de todos os lados, diz advogado de Sarí

Publicação: 03/07/2020 06:30

O advogado Célio Avelino, um dos representantes de Sarí Côrte Real, afirma que a mulher se encontra em casa, triste, e não está satisfeita com o resultado do inquérito. “E nem com o linchamento que ela passou a receber de todos. Da parte de Mirtes, tudo bem, até porque ela era a mãe do menino, está emocionada, tudo dela é perdoável. Mas tem gente se aproveitando dessa dor de Mirtes para se promover”, salienta.

“No próprio inquérito policial, o delegado diz que ‘não existiram, ao longo da cadeia investigatória do ocorrido, elementos que levassem a inferência de que a implicada (Sarí) visualizou a possibilidade ou a probabilidade de que Miguel perdesse a vida’. A perícia conclui que a natureza do ocorrido foi fortuita, acidental. Ramon conduziu tudo com perfeição e excelência, mas a conclusão do inquérito colide com o que está dentro dele”, afirmou o advogado.

Outra crítica apontada pela defesa é que o acompanhamento do caso pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) não é relevante. “É desnecessária. A mãe e a investigada têm advogados particulares. Foi criticada a antecipação do depoimento dela, mas nada falaram sobre o tumulto que aconteceu na delegacia, que pôs em risco a integridade física de Sarí e de seus advogados. A reação popular não me magoa porque foi coisa de pessoas exaltadas, mas o silêncio da instituição, sim”, disse.

O presidente da comissão, Cláudio Ferreira, contemporizou a crítica. “Foi um ruído desnecessário (o depoimento mais cedo), porque pareceu que seria um privilégio. Teria sido muito melhor se fosse feito em um horário normal, organizando a entrada e saída (da Sarí) com cordão de isolamento, polícia na rua”, analisou. Entretanto, ele avalia como positivo o resultado das investigações.

Em nota, o MPPE informou que “a Central de Inquéritos da Capital (CIC-MPPE) aguarda a remessa do inquérito”.