Copiloto é suspeito por assassinato de comissária de bordo Policiais de Pernambuco e São Paulo investigam crime que foi cometido na frente da filha e da mãe da vítima em Paulista, Região Metropolitana do Recife

Publicação: 07/08/2020 05:50

A Polícia Civil de Pernambuco iniciou ontem a Operação Caixa Preta, que investiga o homicídio da comissária de bordo Dinorah Cristina Barbosa da Silva, 35. No dia 24 de outubro do ano passado, Dinorah foi alvejada na presença de sua filha de oito meses e da sua mãe, em Paulista. Na operação estão sendo empregados 40 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães das polícias civis de Pernambuco e São Paulo.

O crime foi premeditado e o principal suspeito de encomendá-lo é um copiloto com quem a vítima teve uma relação casual e também é apontado como o provável pai da criança. A atual namorada do aviador e sua sogra (todos de São Paulo) também estariam envolvidas. Após nove meses de análise, a Delegacia de Homicídios de Paulista solicitou à Justiça 11 mandados de prisão, entre supostos mandantes e executores - esses últimos também respondem por outros homicídios, além de tráfico de drogas e estelionato.

De acordo com a polícia, o crime contra a comissária estava sendo planejado desde fevereiro de 2019, quando foram contratados vários executores. O ato foi cometido por homens que usavam capuz para cobrir o rosto e aconteceu no quarto da criança, que não sofreu ferimentos. A mãe de Dinorah também foi poupada. De acordo com o delegado Diego Jardim, titular da 7ª DPH, antes da fatalidade já haviam acontecido duas investidas contra a vida da vítima.

“Havia executores fazendo campana para tentar descobrir onde a vítima morava. Um policial observou a ação e prendeu em flagrante três homens de São Paulo com uma arma. Depois houve uma tentativa de homicídio do qual Dinorah foi vítima. Homens chegaram a atirar em sua residência, mas não conseguiram entrar. Posteriormente, uns 15 dias depois, ocorreu o homicídio”, explica.   

No dia 24, dois homens arrombaram a porta da casa da vítima com um alicate, entraram e atiraram sete vezes em Dinorah. “A intenção inicial era matar tanto Dinorah e a mãe. Mas o executor, como não sabia com quem ia deixar a criança, resolveu deixar a mãe viva”, apontou o delegado.

“Apuramos a participação de três mandantes. Ainda não se sabe ao certo se foi por conta da gravidez indesejada, que um dos mandantes queria que a vítima abortasse. O mandante e duas pessoas de seu círculo amoroso contrataram um grupo criminoso de São Paulo, que por sua vez entraram em contato com executores de Pernambuco”, explica o delegado.